A pena de prisão de Aung San Suu Kyi, a líder deposta em Myanmar e Prémio Nobel da Paz em 1991, foi reduzida de quatro para dois anos, anunciou o líder da junta militar nesta segunda-feira.
O ex-presidente Win Myint, condenado nos mesmos termos, também viu a sua pena reduzida para dois anos. Ambos foram considerados culpados de incitamento a distúrbios públicos e violação dos regulamentos sanitários da Covid-19.
A condenação de Suu Kyi provocou severas reações por parte da comunidade internacional.
Num comunicado, a presidente do comité que lhe concedeu o Nobel da Paz, Berit Reiss-Andersen, disse hoje estar “preocupada” com o que esta prisão significa para o futuro de Myanmar (antiga Birmânia) e “preocupada com o dano que uma longa pena de prisão pode custar pessoalmente a Aung San Suu Kyi”, de 76 anos.
Também os Estados Unidos classificaram como “injusta” a sentença da política birmanesa, dizendo que foi “uma afronta à democracia e à justiça em Myanmar”.
“Pedimos ao regime para que liberte Aung San Suu Kyi e todos os detidos injustamente, incluindo outras autoridades eleitas democraticamente”, disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, num comunicado.
Desde o golpe de Estado que depôs Aung San Suu Kyi em fevereiro, o exército reprimiu violentamente as manifestações contra o regime, em ações que levaram à detenção de cerca de dez mil pessoas e à morte de pelo menos 1.300 civis, de acordo com a organização não-governamental Associação de Assistência aos Presos Políticos.