A porta-voz do BE disse esta terça-feira estarem criadas condições para "uma alternativa estável na Assembleia da República" sem PSD ou CDS-PP no Governo e assegurou que as divergências com o PS foram ultrapassadas.
"No que diz respeito ao BE estão criadas as condições para um Governo que não tenha Passos Coelho, nem Paulo Portas, um Governo que vire a página da direita", afirmou a porta-voz do BE, Catarina Martins, em declarações aos jornalistas no final de uma audiência com o Presidente da República, Cavaco Silva.
As divergências estão ultrapassadas, mas a formalização do acordo com os socialistas só deverá acontecer nos próximos dias.
"As negociações complexas criaram condições para essa solução estável, que espero poder ver formalizada nos próximos dias", referiu Catarina Martins, que no encontro com o chefe de Estado esteve acompanhada por Pedro Filipe Soares e José Manuel Pureza.
Passos como PM é "perda de tempo"
A porta-voz do BE admitiu ainda que o Presidente da República poderá indigitar a candidatura mais votada (a coligação PSD/CDS-PP), mas considerou que isso será "uma perda de tempo", já que sociais-democratas e democratas-cristãos não têm apoio maioritário no parlamento.
"Estão em minoria e não têm qualquer possibilidade de apoio", sublinhou, recordando também que, tal como já anunciaram, os ‘bloquistas' apresentarão uma moção de rejeição ao programa do Governo PSD/CDS-PP.
Relativamente às negociações com o PS e sobre o ponto em que está o acordo com os socialistas, Catarina Martins admitiu que as negociações foram complexas e que havia "divergências grandes", mas insistiu na ideia que agora estão "criadas as condições para um Governo estável em Portugal".
“Aquilo que interessa", ou seja, a protecção dos salários, emprego e pensões, está garantido, garante a bloquista.
"Nos próximos dias poderemos transmitir as condições de formalização desse acordo", sustentou, considerando que "é melhor esperar mais um dia ou dois e ter um acordo sério que proteja o que é essencial no país".
Catarina Martins assegurou ainda que em relação ao que já foi negociado com o PS, "no que diz respeito ao BE, não há possibilidades de voltar atrás".