Explosões e alertas continuam a ser uma constante em Israel, em especial no sul e centro do país. Em Telavive, a enviada especial da Renascença ao Médio Oriente testemunhou esta terça-feira à tarde um rebentamento durante uma manifestação de familiares e amigos dos mais de 200 reféns israelitas do Hamas.
Catarina Santos faz o relato de bombardeamentos que “são audíveis e já fazem parte do dia a dia”.
“Esta tarde, enquanto me encontrava aqui no centro, foi claramente percetível o som de uma explosão. Os sons dos megafones da manifestação que estava a ocorrer na altura, calaram-se de repente. Houve avisos nos telemóveis para as pessoas se dirigirem aos abrigos, algo que está já incutido no dia a dia dos cidadãos de Telavive”, começa por contar.
“E ouviu-se esse entretanto esse rebentamento. Não há indícios de danos, pelo que terá sido um rocket intercetado [pelo sistema de defesa israelita].”
A manifestação em causa é de familiares e amigos dos mais de 200 reféns do ataque do Hamas a 7 de outubro, que fez pelo menos 1.400 mortos.
“Costumam reunir-se diariamente na avenida Kaplan, uma das principais artérias do centro da cidade, e hoje estavam várias pessoas com megafones em frente ao trânsito, com cartazes”,
Entre eles estava Eran Torbiner, com um cartaz que dizia: “Parem os bombardeamentos”.
Eran serviu no exército com Ofer Calderon, o israelita que viu ser-lhe concedida nacionalidade portuguesa quando já estava refém do Hamas, devido à lei de descendentes de judeus sefarditas. Foi raptado do kibutz de Nir Oz, no sul de Israel, juntamente com os dois filhos, de 12 e 16 anos.
À Renascença, o amigo diz que espera que o passaporte português ajude à libertação de Ofer. “Eu desejo, eu quero que todos voltem. Todos por todos. Israel devia libertar todos os prisioneiros palestinianos. Libertar todas as pessoas raptadas, os reféns e os soldados capturados”, diz.
São cada vez mais as iniciativas das famílias, com cartazes por todas as ruas, para que o assunto não saia da ordem do dia.