O cardeal Tolentino de Mendonça disse esta quarta-feira que a pandemia nos ajudou a identificar o que é essencial.
“Embora difíceis, estes meses não foram em vão”, salientou o cardeal, para quem “a turbulência da pandemia também nos desinstalou e nos ajudou a identificar o essencial com mais clareza.”
A Maria, Tolentino de Mendonça quis confiar “o caminho histórico e interior que estamos a percorrer” e pedir “que esta dor sirva para alguma coisa, que todo este sofrimento nos torne melhores: mais espirituais, mais humanos e mais fraternos.”
O cardeal lembrou que, neste “ano difícil”, todos “experimentamos uma vulnerabilidade que desconhecíamos”, pois “a pandemia em curso ceifou vidas e alastrou lutos”, além de ter ativado outras crises, no campo social”, e pediu a Nossa Senhora que “ilumine a dor de todos, sem fronteiras nem distinções, que ilumine a dor de próximos e distantes, de crentes e não-crentes, como se fosse uma só” e que mobilize “a todos para o desafio urgente de consolar, de cuidar e de reconstruir.”
Nesta celebração o cardeal rogou à Virgem de Fátima, “para que a crise que vivemos não se torne numa crise da esperança.” Para D. Tolentino “precisamos da esperança para olhar mais para diante, para ganhar confiança e repartir” e “para transformar os obstáculos em caminhos e os caminhos em novas oportunidades”, continuou, concluindo com a necessidade de “nos unirmos mais, para construirmos sociedades eticamente qualificadas, sociedades que concretizem a justiça social e a fraternidade entre todos os homens.”
Em Fátima, D. Tolentino de Mendonça também agradeceu a Maria por a pandemia ter dado a “oportunidade para redescobrir o que significa estar em família e o tesouro humano insubstituível que a família representa”, além de ter suscitado “a generosidade de tantos que deram um passo em frente quando era mais cómodo permanecer no seu lugar.”