Os seis detidos por tráfico de cocaína em Albufeira pertencem a uma rede "bastante poderosa" e com um poder financeiro "muito grande", acredita a Polícia Judiciária (PJ), que suspeita que o grupo tinha uma base logística no Algarve.
"Estamos perante, de facto, de uma rede bastante poderosa, quer a nível logístico e de controlo do próprio produto estupefaciente, até chegar aos mercados finais e, sobretudo, de uma rede que tem um poder financeiro muito, muito grande para poder ter acesso a estas quantidades" de droga, adiantou o responsável pela diretoria do Sul da PJ, Fernando Jordão.
A PJ apreendeu na quarta-feira, em Albufeira, mais de uma tonelada de cocaína que estavam no interior de um camião prestes a sair para a estrada e deteve em flagrante delito seis homens, oriundos de diferentes países, nomeadamente, do Brasil, Croácia, Itália e Portugal.
"Temos aqui um grupo constituído por pessoas de várias nacionalidades, o que demonstra bem a dimensão desta rede e sobretudo, demonstra também a organização e todo o apoio logístico que está por detrás deste tipo de tráfico, atendendo a que este produto estupefaciente tem origem noutras latitudes", referiu o responsável em conferência de imprensa.
Segundo disse aos jornalistas Fernando Jordão, a droga apreendida "não seria certamente para o mercado consumidor português", mas sim para distribuição na Europa, já que Portugal é, normalmente, a "porta de entrada" para que a droga seja depois expedida para outros países. .
"É isso que temos de investigar com a ajuda e cooperação, quer policial, quer judicial, para percebermos o destino final", acrescentou o dirigente, admitindo que possa haver mais elementos envolvidos no grupo de traficantes, que estava a ser monitorizado há alguns dias.
"No tráfico de cocaína, as coisas são, de facto, diferentes. Como disse, é preciso um apoio logístico muito maior", sublinhou, não confirmando se a droga, cujo valor de mercado foi calculado em mais de 30 milhões de euros, chegou por via marítima.
Alguns dos detidos estavam em hotéis e apartamentos no Algarve, o que leva a PJ a suspeitar que os traficantes teriam uma base logística na região.
De acordo com Fernando Jordão, está também a ser investigado se esta rede tem conexões a outras a operar no país, eventualmente, com os grupos que têm vindo a aumentar o tráfico de haxixe ao largo do Algarve.