G7 anuncia Clube do Clima para garantir neutralidade carbónica até 2050
28-06-2022 - 11:47
 • Renascença com agências

Compromisso alcançado na cimeira das sete maiores potências mundiais mais a UE pretende aumentar cooperação para acelerar a descarbonização de setores industriais.

O chanceler da Alemanha propôs esta terça-feira a criação de um "Clube do Clima" entre as grandes potências mundiais, para fazer frente à crise climática com "passos concretos e atempados".

O anúncio foi feito durante a cimeira do G7, que esta semana reúne na Baviera as sete maiores potências mundiais.

Num comunicado conjunto, os líderes da Alemanha, Canadá, Estados Unidos da América, França, Itália, Japão, Reino Unido, juntamente com a UE, indicam o compromisso deste Clube do Clima com a descarbonização do setor rodoviário até 2030 e com um setor energético limpo de carbono até 2035, rumo à neutralidade carbónica até 2050.

No mesmo documento é indicado que a prioridade é "dar passos concretos e atempados" que acelerem objetivos como o de reduzir a zero o uso de carvão na produção de energia doméstica nos países envolvidos.

Em janeiro, Olaf Scholz já tinha indicado que pretendia avançar com a criação deste clube, com o "objetivo de lançar as bases entre os poderes industriais democráticos face ao grande desafio global" que são as alterações climáticas, no contexto da presidência alemã do G7.

A luta contra a emergência climática é um dos objetivos centrais da presidência alemã do G7 (o grupo das sete maiores economias do mundo), a primeira sob a liderança de Scholz, que assumiu a chefia do Governo alemão em dezembro, em coligação com os Verdes e os Liberais.

Scholz pretende que o “clube do clima” integre as grandes potências emissoras, sendo a adesão dos Estados Unidos vista como essencial.

Em antevisão desta cimeira, o chanceler alemão já tinha referido que "o objetivo é uma ação coordenada para combater a crise climática", sendo que este clube poderá vir a integrar outros países para além dos que formam o G7.

Scholz retoma assim um objetivo já estabelecido pela anterior coligação entre o bloco conservador de Angela Merkel e o seu Partido Social Democrata (SPD), de forma a atrair outros grandes emissores de dióxido de carbono (CO2), incluindo a China.

Em novembro, cerca de 200 países aprovaram o Pacto Climático de Glasgow, na 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, conhecida por COP26, que reafirmou a ambição do Acordo de Paris, de 2015, de manter o aumento da temperatura abaixo dos 1,5 ºC (graus celsius).

Para isso, é necessário reduzir as emissões de dióxido de carbono em 45% até 2030, face a 2010.

De acordo com dados da organização britânica Carbon Brief, os Estados Unidos, a China e a Rússia são os maiores responsáveis pelas emissões de CO2, sobretudo devido à queima de combustíveis fósseis, seguidos de Brasil e Indonésia pelo uso da terra nestes dois países, em particular desmatamentos e queimadas.