O Benfica desmentiu, esta terça-feira, que esteja a negociar a entrada na Superliga Europeia e reitera a sua "total oposição ao projeto".
Segundo o jornal "Record", o clube da Luz estaria em "lobby" para participar na nova prova exclusiva de vários dos clubes elite da Europa. Contudo, em comunicado oficial, o Benfica esclarece que tais informações "são inteiramente falsas" e sublinha que "foi o primeiro clube português a expressar publicamente a sua objeção a uma Superliga Europeia".
"O Sport Lisboa e Benfica, no âmbito da sua presença na ECA – Associação Europeia de Clubes, sempre se manifestou contrário a qualquer competição fora do âmbito da UEFA, tendo, inclusive, contribuído ativamente para a reformulação do modelo competitivo da Liga dos Campeões pós-2024 (P24). O Sport Lisboa e Benfica sempre esteve, e estará, solidário com a UEFA e com os valores do futebol europeu: meritocracia, solidariedade e inclusão", pode ler-se.
O Benfica refere-se a uma entrevista do seu CEO, em novembro passado, ao portal "Off the Pitch". Na altura, Domingos Soares de Oliveira manifestou-se contra a Superliga Europeia, no entanto, reconheceu que um convite para a integração seria difícil de recusar.
"A minha opinião é contrária, mesmo que o Benfica fosse um dos clubes representados na Superliga europeia. Se acontecer [o convite] quase nem é preciso pensar, mas preferia que não acontecesse", ressalvou.
UEFA e FIFA tentam travar Superliga com ameaças
AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, Barcelona, Inter de Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Tottenham e Real Madrid são os clubes fundadores e, a partir da sua criação, reguladores da competição, inédita na modalidade.
Os 12 clubes referidos pretendem acrescentar outros três ao lote de lugares cativos na competição. O FC Porto recebeu contactos informais para integrar a Superliga Europeia, mas o presidente do clube português, Pinto da Costa, esclareceu que rejeitou o convite, por considerar que a nova competição viola as normas da UEFA e da União Europeia.
O objetivo dos 12 clubes fundadores é começar o mais rapidamente possível, com um total de 20 emblemas — 15 cativos e cinco rotativos.
A UEFA comunicou, no domingo, em conjunto com as Federações inglesa (FA), espanhola (RFEF) e italiana (FIGC), e com as Ligas espanhola e italiana, que os clubes envolvidos na Superliga Europeia serão banidos de todas as competições nacionais e internacionais.
"Conforme previamente anunciado pela FIFA e pelas seis Confederações, os clubes em causa serão banidos de disputar qualquer outra competição a nível doméstico, europeu e mundial", ameaçou a UEFA.
UEFA e FIFA também confirmaram que os jogadores das equipas que disputem a Superliga serão banidos dos Europeus e Mundiais e proibidos de representar as suas seleções. Portugal tem um total de 11 jogadores nesta situação: João Félix (Atlético de Madrid), Francisco Trincão (Barcelona), Diogo Dalot e Rafael Leão (AC Milan), Cristiano Ronaldo (Juventus), João Cancelo, Rúben Dias e Bernardo Silva (Manchester City), Bruno Fernandes (Manchester United), Diogo Jota (Liverpool) e Cédric Soares (Arsenal) são os jogadores que integram os 12 clubes fundadores. Só Leão e Dalot não somam internacionalizações pela seleção AA.
A UEFA está, ainda, a estudar uma forma de excluir, com efeito imediato, os clubes fundadores da Superliga das competições europeias. Chelsea, Manchester City e Real Madrid estão nas meias-finais da Champions. Arsenal e Manchester United são semifinalistas da Liga Europa.
Esta terça-feira, o presidente da FIFA ameaçou a exclusão dos clubes que decidam participar na Superliga Europeia. "Se alguém quer seguir o seu caminho, então terá de arcar com as consequências. Serão responsáveis pelas suas escolhas. Mas, ou estão dentro ou estão fora. Não podemos estar metade dentro e metade fora", sublinhou Gianni Infantino.
Formato da Superliga Europeia:
- Participação de 20 clubes, os 15 Clubes Fundadores e outras cinco equipas adicionais que se classificarão anualmente à base do rendimento na temporada anterior;
- Jogos a meio da semana. Todos os clubes continuarão a competir nas respetivas ligas nacionais, "preservando assim o calendário tradicional que está no centro da vida dos clubes";
- Arranque em agosto, com os clubes a participarem em dois grupos de dez, a duas voltas:
- Os três primeiros classificados de cada grupo qualificam-se automaticamente para os quartos de final;
- Os quartos e quintos classificados disputarão um "play-off" a duas mãos de apuramento para os "quartos".
- Formato de eliminatórias a duas mãos até à final, que se realizará no final de maio, a um só jogo, em campo neutro.