Esta quarta-feira, ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, vai ser ouvido na comissão de inquérito à TAP, para esclarecimentos sobre a indemnização de 500 mil euros paga à ex-administradora da companhia Alexandra Reis.
Hugo Mendes demitiu-se a 4 de janeiro, juntamente com o então ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, na sequência da polémica saída de Alexandra Reis da TAP, em fevereiro de 2022.
Na altura da saída do Governo, ministro e secretário de Estado disseram não ter memória da polémica indemnização. Contudo, a 20 de janeiro, informaram, em comunicado, ter encontrado uma mensagem da qual não se recordavam em que era dada anuência política àquele valor.
Ao longo das audições na comissão parlamentar de inquérito, que arrancaram a 29 de março, tem sido abordada a intervenção do ex-secretário de Estado noutras questões polémicas, como no caso da alteração de um voo do Presidente da República, por conveniência política.
Ourmières-Widener enviou um email a Hugo Mendes a pedir a sua opinião sobre o pedido que recebeu da agência de viagens, tendo o então governante respondido que era importante manter o apoio político de Marcelo Rebelo de Sousa, considerando que era o "principal aliado" do Governo, mas que se poderia tornar no "pior pesadelo".
Na audição da ex-presidente executiva na comissão de inquérito, a 4 de abril, ficou ainda a saber-se que Hugo Mendes teria dado ordens à gestora para não falar com nenhum outro ministério a não ser o das Infraestruturas.