O presidente da Cáritas portuguesa, Eugénio da Fonseca, anuncia o envio de 25 mil euros em ajuda de emergência para ajudar as vítimas do ciclone em Moçambique.
“Analisámos hoje a dramática situação da tragédia que se abateu na Beira, em Moçambique, e em contacto com a Cáritas de Moçambique decidimos enviar já uma primeira ajuda de 25 mil euros”, disse Eugénio da Fonseca, à Renascença.
A Cáritas Portugal admite enviar mais donativos e ajuda, se for necessário, em coordenação com a Cáritas Internacional.
“Temos sido contactados por algumas pessoas para saber a forma como ajudar. O que podemos dizer é que quem quiser fazer a sua ajuda poderá sempre fazê-lo através da conta de emergências internacionais da Cáritas, mas para já não pensamos abrir uma conta, só se a situação se vier a complicar em termos de contributos”, sublinha.
A operação de resgate prossegue nas zonas mais atingidas pelo ciclone “Adai”, que atingiu a zona Centro de Moçambique, na quinta-feira, com ventos a rondar os 190 quilómetros por hora.
O mais recente balanço aponta para, pelo menos, 84 mortos e 1.500 feridos, mas o Presidente moçambicano já admitiu que o número de vítimas mortais pode ascender a mil.
O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse esta segunda-feira, que “até agora não há registo de cidadãos portugueses mortos, feridos ou em situação de perigo” devido à passagem do ciclone Idai em Moçambique, mas “várias dezenas” perderam casas e bens”.
O presidente da Cáritas portuguesa afirma que os relatos que lhe chegam de Moçambique manifestam um "sentimento de impotência" face à dimensão da catástrofe e a recuperação vai ser demorada.
“Há uma sensação de impotência. A sensação que eu tive na conversa com a Cáritas moçambicana foi que é uma instituição que se sente impotente, além de que aquela zona é muito afetada por monções e cheias frequentes, mas há muito tempo que não se conhecia uma tragédia destas e as pessoas ainda estão a digerir a calamidade que se abateu sobre aquela região de Moçambique, mas não estão desesperadas, mas com a força anímica para, com o apoio de outros países, será possível atenuar o sofrimento. Mas, pelo que nos foi dito, a fase da recuperação vai demorar bastante tempo”, afirma Eugénio da Fonseca.