O primeiro-ministro reconhece que há atrasos na contratação de meios para o combate aos incêndios. No entanto, garante que o Governo está a fazer o possível para que estejam disponíveis “a curto prazo”.
António Costa falava no quartel da Pontinha, concelho de Odivelas, na cerimónia de encerramento do VIII Curso da Primeira Intervenção, Proteção e Socorro da GNR, oportunidade para anunciar que foi decidido alargar a todo o território continental e Madeira a área de responsabilidade do Grupo de Intervenção, Proteção e Socorro (GIPS) da GNR e prometeu mais meios a curto prazo.
O chefe do Governo explicou que o Governo decidiu "alargar a sua área de responsabilidade dos atuais 11 distritos para a totalidade do território continental, assim como à Região Autónoma da Madeira, passando este grupo a estar presente em 38 centros de meios aéreos, ao invés dos atuais 22, assim como o alargamento da sua intervenção em operações de ataque ampliado".
"Para garantir o cumprimento destas novas e acrescidas atribuições foi aumentado o efetivo do GIPS em 435 militares, passando dos atuais 594 para 1029, e conferida a indispensável formação técnica, com cerca de 400 horas, cuja primeira parte hoje finda", disse no seu discurso.
Ainda segundo o primeiro-ministro, "foi determinada a aquisição do respetivo fardamento e equipamento individual de proteção, este último num valor que rondará os 297 mil euros, assim como de viaturas e respetivos equipamentos num valor aproximado de cinco milhões de euros, e ainda de recuperação e preparação de imóveis para alojamento e operação".
Entre os cerca de 500 novos GIPS que concluíram esta terça-feira a primeira fase do curso, a maioria já integrava o corpo da GNR.
Em paralelo, para suprir as transferências de elementos para os GIPS, estão a concluir em Portalegre a primeira fase de formação 601 novos elementos para reforçar todas as valências do corpo da GNR.
Na sua intervenção, António Costa referiu-se também aos atrasos que se verificam na aquisição de equipamentos e meios de combate aos incêndios florestais.
"Pese embora os processos aquisitivos destes equipamentos e meios possam, nalguns casos e mercê da sua especificidade, apresentar alguma dificuldade e demora, o Governo continua a envidar todos os esforços para que a sua materialização possa ocorrer a curto prazo, o que significará a sua atempada disponibilização e consequente operação, sem que daqui resultem quebras de segurança individual e coletiva, ou limitações à capacidade de intervenção operacional", declarou o primeiro-ministro.
Neste ponto, António Costa procurou deixar a garantia de que nenhum elemento do GIPS será colocado no teatro de operações sem dispor do equipamento adequado para o cumprimento da sua missão.
Na parte final da cerimónia, o primeiro-ministro assistiu a uma demonstração da forma como as forças helitransportadas dos GIPS atuam perante um incêndio florestal.
"Mais uma vez o país reclama a vossa presença na primeira linha de combate, desta vez perante a defesa da floresta e a proteção de pessoas e bens, perante incêndios florestais. Estou confiante que estarão à altura para responder com proficiência, dedicação e competência, a estes renovados desafios, pois o país assim o merece e os nossos concidadãos a isso têm direito", acrescentou António Costa.
Esta terça-feira arranca o nível de reforço II de combate a incêndios, como é agora designada esta fase de risco, que começa exatamente quando as temperaturas estão a subir.