A Reserva Federal (Fed), o banco central dos Estados Unidos, não desceu os seus juros diretores na semana passada. A inflação americana parecia não se encaminhar para a meta de 2%.
Os números de maio, agora conhecidos, indicam até uma pequena descida na inflação homóloga nos EUA, isto é, comparando o nível de preços nesse mês com o verificado em maio de 2023 – 3,1%, contra 3,4% em abril.
Mas a Fed está preocupada com a tendência verificada ao longo dos primeiros meses do corrente ano, que foi de resistência à descida geral dos preços. Por isso não apenas manteve os seus juros como afastou a ideia de que em 2024 haveria várias descidas. Apenas deverá a Fed fazer um corte de 25 pontos base até ao final do ano.
Os juros altos nos EUA atraem capitais à procura de boas remunerações. O que, por sua vez, tende a valorizar o dólar face ao euro.
Como o dólar é uma moeda utilizada em muitas operações – por exemplo, na cotação do petróleo – um dólar forte poderá provocar, na Europa, o encarecimento de várias importações. Ou seja, provocará alguma inflação importada.
Assim, o Banco Central Europeu (BCE) poderá travar novas descidas nos seus juros, para não acentuar a diferença face aos juros em operações denominadas em dólares. Ou seja, para limitar a inflação importada na Europa. É uma circunstância de que não se falou quando, no dia 6 deste mês de junho, o BCE baixou pela primeira vez as suas taxas de juro depois de dois anos de subidas.