A Organização Mundial do Comércio (OMC) adiou a sua conferência ministerial, prevista para a próxima semana, face às novas restrições implementadas pela Suíça devido ao surgimento da nova variante do coronavírus, divulgou na sexta-feira a OMC.
A 12.ª Conferência Ministerial (MC12), prevista para começar na terça-feira na sede da OMC, em Genebra, tinha previsto abordar questões importantes como o acordo há muito esperado sobre subsídios para a pesca, visto como uma importante ferramenta para prevenir a pesca intensiva no mundo.
O encontro tinha também agendada a discussão sobre os esforços para renunciar as patentes e outras proteções intelectuais associadas às vacinas da covid-19, noticia a agência AP.
Representantes dos 164 Estados-membros da OMC concordaram em adiar a conferência de quatro dias, na sequência da implementação de novas restrições para viajantes que cheguem à Suíça.
Sem que todos os participantes pudessem comparecer presencialmente, uma reunião ‘online’ foi descartada, revelou fonte da organização que falou sob condição de anonimato por não estar autorizada a discutir o assunto publicamente.
A autoridade da Saúde suíça divulgou na sexta-feira que todos os voos diretos da África do Sul estão proibidos, bem como para viajantes de outras partes da África Austral e ainda da Bélgica, Hong Kong e Israel, países onde já foi detetada a nova variante Omicron.
Viajantes destes países têm de apresentar um teste negativo à covid-19 e realizar uma quarentena de dez dias.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou hoje como "de preocupação" a nova variante B.1.1.529 do coronavírus que causa a covid-19, detetada pela primeira vez na África do Sul.
Segundo a OMS, a variante Omicron tem "um grande número de mutações, algumas das quais preocupantes". Dados preliminares sugerem "um risco acrescido de reinfeção" com esta estirpe, por comparação com outras variantes de preocupação, adianta a agência da ONU em comunicado.
Os responsáveis da África do Sul na OMC têm liderado a batalha por uma flexibilização das patentes e outras propriedades intelectuais de ferramentas destinadas a combater a pandemia, como vacinas, testes ou tratamentos, com o objetivo de torná-las mais disponíveis para todos.
Muitos países europeus, incluindo Estados-membros da União Europeia, Suíça ou Reino Unido têm resistido a esta ideia, considerando que pode sufocar a inovação.
As preocupações sobre a nova variante da covid-19 fizeram os mercados de valores caírem esta sexta-feira, devido aos receios de efeitos económicos mais amplos face às restrições de viagens.
A covid-19 provocou pelo menos 5.180.276 mortes em todo o mundo, entre mais de 259,46 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.