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O presidente da Promovalor e do Benfica, Luís Filipe Vieira, assumiu hoje que vive bem, com uma "boa reforma" e outros negócios, tendo a sua conta sido reforçada recentemente com cerca de dois milhões de euros recebidos do fisco.
Luís Filipe Vieira, também presidente do Benfica, está hoje a ser ouvido na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, no âmbito das audições aos grandes devedores da instituição financeira.
"Do que eu vivo? Tenho outros negócios, tenho uma boa reforma. Vivo bem. Por acaso ainda agora veio uma coisa curiosa. Ainda foi reforçada a conta com 2 milhões e tal de euros que eu recebi do fisco", respondeu, durante o período de inquirição da deputada do BE Mariana Mortágua.
Questionado pela deputada bloquista sobre se tinha rendimentos para além das empresas que são conhecidas e que "foram dadas como penhor e que estão em insolvência", o presidente da Promovalor disse que tinha "algumas sociedades com outras pessoas" e deu o exemplo de um que se for vendida brevemente lhe dará "à volta de 2 milhões e meio de euros".
"Em 2018 tinha uma exposição total, se excluirmos o fundo que vendeu ao BES, de cerca de 380 milhões de euros. Já aqui disse que deu um aval pessoal para várias das suas dívidas, que nunca ninguém executou. Temos um parecer interno de 2019 em que nos diz que o único bem em seu nome é uma casa para palheiro", questionou, no arranque da audição, Mariana Mortágua.
Luís Filipe Vieira negou de imediato e assegurou que nunca o tentaram executar, tendo a deputada do BE insistido para saber qual o património que "está por trás desse aval que deu".
Depois de uma longa conversa com o seu advogado - como tem acontecido ao longo desta audição por diversas vezes -, o presidente da Promovalor disse: "eu neste momento não estou em incumprimento com o BES nem com ninguém. No dia em que eu tiver que chegar a alguma situação com o BES, logicamente que eu tenho que cumprir com aquilo que está acordado".
Luís Filipe Vieira deixou claro, depois da insistência de Mariana Mortágua, que tem mais património do que essa "casa para palheiro" referida.
"Nem moro aí nem nunca morei aí nem sei o que é isso tão pouco", atirou, não vendo "qual é a necessidade" de dizer "o seu património neste momento".