A primeira escola universitária de tecnologias digitais do país vai ter oito cursos que cruzam as diferentes áreas do ISCTE, “como a saúde, a gestão, a educação, aos serviços, a indústria, a cibersegurança e ao desenvolvimento de software”, revela à Renascença a reitora da instituição, Maria de Lurdes Rodrigues.
Esta nova escola universitária vai ser construída na Portela de Sintra e conta com uma parceria da Câmara Municipal, que cedeu o terreno e vai apoiar as despesas de desenvolvimento do projeto.
Os planos de estudo dos oito cursos estão ainda a ser desenhados para serem enviados à Agência de Acreditação do Ensino Superior, mas, mesmo ainda sem a aprovação, há já 90 empresas que estão interessadas em receber estes alunos.
“São oito cursos de licenciatura que vamos submeter à agência de acreditação e em todos eles há duas áreas muito importantes; o desenvolvimento de projeto e o estágio. E esses estágios já estão protocolados com 90 entidades empregadoras, o que perfaz 270 estágios”, conta Maria de Lurdes Rodrigues.
Estes cursos estão a ser desenhados tendo em conta as necessidades e a realidade do tecido económico da região. A reitora do ISCTE diz que a ideia “não é manter o tecido económico como está, mas formar quadros que permitam promover a transição digital que vai atravessar todo tecido económico e social do país e também aqui nesta região”, diz à Renascença a ex-ministra da Educação.
O ISCTE é a primeira universidade pública com oferta pedagógica na zona norte da área metropolitana de Lisboa onde se incluem os concelhos de Sintra, Mafra, Torres Vedras, Amadora, Odivelas, Loures e Vila Franca de Xira, que no seu conjunto têm mais de 1,2 milhões de residentes.
No concelho de Sintra, a “probabilidade dos jovens prosseguirem os estudos no ensino superior é menor do que em todos os outros concelhos e isto é preocupante” revela Maria de Lurdes Rodrigues que considera por isso que o ISCTE está a cumprir a sua função de serviço público.
A câmara de Sintra cedeu o terreno, o projeto de arquitetura está pronto e vai ser apresentado a 19 de maio ao Conselho Estratégico Empresarial de Sintra. As obras vão ser financiadas com verbas do PRR e o edifício deve estar concluído em 2026.
A nova escola prevê acolher entre 2500 e 3000 estudantes no novo polo, mas a ideia é avançar desde já com os cursos assim que forem aprovados pela agencia de avaliação e acreditação do Ensino Superior.