Foram entregues esta sexta-feira, em Vouzela, as chaves da primeira casa construída de raiz depois dos incêndios de outubro. Mário Jorge e Maria Natália, o casal octogenário que tem agora casa nova vive na localidade de Seixa e mal cabia em si de contentamento.
Esta foi a primeira de mais de 1.000 casas que vão ser entregues a quem perdeu a habitação, que representam 75 milhões de euros de financiamento do Estado.
Os sorrisos de Mário Jorge, 89 anos, e Maria Natália, de 82, não enganam e provam que a espera, embora seja longa para quem perdeu tudo, vale sempre a pena.
Depois de 70 anos de namoro e casamento, têm finalmente com uma casa nova. “Eu nunca pensei, podíamos era ser mais novos. É uma alegria grande”, sublinha o casal em uníssono.
Coube ao ministro do Planeamento e das Infra-estruturas, Pedro Marques, entregar as chaves ao casal de Seixa. A habitação representa 120 mil euros de investimento comparticipado pelo Estado. A casa, a primeira casa destruída pelos incêndios de outubro, teve de ser recuperada de raiz.
“Esta é a primeira habitação das que ficaram sob a nossa responsabilidade dos incêndios de outubro, foi o caso que andou mais depressa”, sublinhou o ministro.
O casal que a Renascença acompanhou em novembro do ano passado e que sonhava ter a casa pronta para o Natal, conseguiu realizar o sonho quatro meses depois.
Para além da casa de Mário e Maria, há outras centenas de habitações em processo de obras e cujos prazos para estarem concluídas ainda não estão definidos, revela o ministro Pedro Marques.
“Temos a estimativa e a esperança, mas em Oliveira do Hospital, por exemplo, onde até tivemos muito avanço nas pequenas reconstruções, nas empreitadas grandes, os empreiteiros repetidamente não apresentaram propostas. Mas estamos a fazer um esforço grande para que fiquem concluídas até ao final do ano”, anuncia o governante destacando o papel da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro e dos municípios para que “as mais de 1000 casas, sejam reconstruídas".
"São 75 milhões de euros que o Estado vai alocar para a reconstrução destas casas. É um esforço moroso, mas nunca assisti a uma mobilização de recursos e energias como este do lado do Estado", assegura Pedro Marques.
Um dia de chuva que trouxe boa nova a Maria Natália, depois de quase seis meses ansiosa pela casa pronta. “Eu vinha para aqui todos os dias, sentava-me aqui a ver, com o guarda-chuva aberto, a ver as obras”.
Decorreu esta quinta-feira em Vouzela, a cerimónia de assinatura do contrato de empreitada para a recuperação de 62 habitações permanentes destruídas pelos incêndios de outubro, relativas aos concelhos de Vouzela e Santa Comba Dão, uma empreitada no valor de 9,5 milhões de euros.
No concelho de Vouzela ainda estão 60 casas de primeira habitação a ser recuperadas.