O escultor João Cutileiro vai criar um memorial esculpido em mármore para colocar na praia do Meco, em Sesimbra, onde faleceram seis jovens estudantes faz na segunda-feira um ano.
A 15 de Dezembro de 2013, os estudantes perderam a vida na praia do Meco em circunstâncias que geraram polémica. Alegadamente, a tragédia aconteceu durante a realização de praxes académicas, tendo sobrevivido apenas João Gouveia, que foi constituído arguido e que aguarda a fase de instrução do processo.
O escultor e ceramista João Cutileiro disse à agência Lusa que foi contactado pessoalmente em Março deste ano pelas famílias das vítimas, pedindo-lhe que criasse um monumento em memória dos estudantes.
"Senti uma pena louca dos pais e dos jovens que ali morreram", recordou o escultor, de 77 anos, comentando que nunca lhe tinham feito um pedido semelhante e decidiu "aceitar de imediato".
Cutileiro disse que fez rapidamente o projecto e apresentou o orçamento às famílias, que aceitaram. O processo aguarda por um conjunto de autorizações, que "estão morosas".
A ideia inicial das famílias, segundo Cutileiro, era inaugurar no dia 15 de Dezembro, segunda-feira, data em que se cumpre um ano da tragédia, mas até agora só a Câmara de Sesimbra se pronunciou a favor. De acordo com o escultor, faltam ainda autorizações do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e do Domínio Público Marítimo, que pertence ao Estado.
João Cutileiro não quis avançar as características pensadas para a peça. "Uma coisa é certa: vai ser de grandes dimensões. Tem de ser bem visível", indicou o artista.
Os familiares dos jovens que morreram assinalam esta segunda-feira o primeiro aniversário da tragédia com uma missa e uma visita ao local, onde vão deixar placas de madeira com o nome das vítimas.