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Uma vigília marcada para a próxima Quarta-feira de Cinzas, dia 22, em solidariedade para com as vítimas de abusos na Igreja, foi divulgada nas eucaristias dominicais, no Porto.
Sofia Thenaisie, professora na Universidade Católica do Porto e uma das promotoras da vigília de oração, diz à Renascença que "seria muito importante as pessoas juntarem-se à vigília", porque "todos somos responsáveis pelo caminho que a Igreja irá seguir a partir daqui".
A carta que apresenta a iniciativa, junto à Torre dos Clérigos, é assinada por 40 pessoas que afirmam "o compromisso em não deixar que o silêncio volte a imperar".
Os promotores afirmam que "a divulgação do relatório da Comissão Independente sobre os abusos sexuais contra menores na Igreja não pode deixar nenhum católico indiferente".
Sofia Thenaisie garante que "este movimento de leigos quer demonstrar à Igreja que estamos todos juntos".
"É um problema que assumimos em conjunto e é um problema que todos queremos resolver e, por isso, agradecemos também que os párocos tenham acedido a que fosse lida a nossa carta e penso que isso é muito importante estarmos juntos nesta solução e no encontrar novos caminhos a partir daqui”, adianta.
A professora da Universidade Católica sublinha a coragem da Igreja portuguesa ao encomendar o estudo à Comissão Independente, "dando sinais de que quer mesmo fazer diferente".
Estamos perante "um momento marcante para a história da Igreja. É um momento em que estamos a retirar véus que ocultavam coisas que ninguém queria saber, ou que preferimos que não tivessem acontecido", reforça.
Sofia Thenaisie apela, por isso, a todos "a participar na vigília na quarta-feira, das 21h00 às 22h00, junto à Torre dos Clérigos, em silêncio e com velas".
Até ao momento já estão confirmados oito locais, incluindo Lisboa e Porto e Açores e Madeira.
Na capital a vigília irá decorrer junto ao Mosteiro dos Jerónimos e está também marcada uma iniciativa em frente à Igreja Matriz de Oeiras. No Porto o local de encontro é a Torre dos Clérigos.
Para além de Lisboa e Porto e das Ilhas da Madeira e Açores também aderiram à iniciativas fiéis das dioceses de Santarém, Beja e Évora.
Se foi vítima de abuso ou conhece quem possa ter sido, não está sozinho e há vários organismos de apoio às vítimas a que pode recorrer:
- Serviço de Escuta dos Jesuítas , um “espaço seguro destinado a acolher, escutar e apoiar pessoas que possam ter sido vítimas de abusos sexuais nas instituições da Companhia de Jesus.
Telefone: 217 543 085 (2ª a 6ª, das 9h30 às 18h) | E-mail: escutar@jesuitas.pt | Morada: Estrada da Torre, 26, 1750-296 Lisboa
- Rede Care , projeto da APAV, Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, que “apoia crianças e jovens vítimas de violência sexual de forma especializada, bem como as suas famílias e amigos/as”.
Com presença em Lisboa, Porto, Coimbra, Braga, Setúbal, Santarém, Algarve, Alentejo, Madeira e Açores.
Telefone: 22 550 29 57 | Linha gratuita de Apoio à Vítima: 116 006 | E-mail: care@apav.pt
- Comissões Diocesanas para a Protecção de Menores . São 21 e foram criadas pela Conferência Episcopal Portuguesa.
São constituídas por especialistas de várias áreas, recolhem denúncias e dão “orientações no campo da prevenção de abusos”.
Podem ser contactadas por telefone, correio ou email.
Para apoiar organizações católicas que trabalham com crianças:
- Projeto Cuidar , do CEPCEP, Centro de Estudos da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica
Se pretende partilhar o seu caso com a Renascença, pode contactar-nos de forma sigilosa, através do email: partilha@rr.pt