O Presidente do Mali, Bah Ndaw, e o primeiro-ministro, Moctar Ouané, foram detidos esta segunda-feira e transportados para um campo militar perto de Bamako, capital do país, por um grupo de soldados insatisfeitos com o novo Governo.
"O Presidente e o primeiro-ministro estão aqui em Kati para tratar de assuntos que lhes dizem respeito", disse um alto funcionário militar à France-Presse (AFP), que confirmou esta informação junto de outra fonte, sob condição de anonimato.
O campo de Kati é considerado a maior instalação militar maliana e foi neste local que o antigo Presidente eleito, Ibrahim Boubacar Keïta, foi obrigado a renunciar ao cargo por um grupo de coronéis golpistas, em 18 de agosto de 2020.
Será este mesmo grupo que está a levar a cabo o aparente golpe de Estado, nove meses depois, de acordo com a AFP.
As intenções do grupo ainda são desconhecidas.
Em 2012, também o então primeiro-ministro, Modibo Diarra, foi detido por golpistas e forçado a renunciar.
O atual chefe do Governo também confirmou à AFP que estava a ser detido.
Esta alegada tentativa de golpe de Estado está a ocorrer poucas horas depois do anúncio do novo Governo, ainda maioritariamente dominado por militares, mas do qual foram demitidos os oficiais próximos da Junta Militar que tinha conquistado o poder depois do golpe de 2020, e do qual Assimi Goïta era líder.
"Confirmo. Homens de [Assimi] Goïta vieram buscar-me para me levar até ao Presidente, que mora não muito longe da minha residência", disse Ouané através de uma curta chamada telefónica com a AFP, que acabou por ser interrompida.