O Conselho de Segurança das Nações Unidas volta a reunir-se de emergência nesta quarta-feira, devido aumento da tensão entre israelitas e palestinianos. É a segunda reunião em três dias para analisar a situação no Médio Oriente.
Tunísia, Noruega e China pediram a reunião desta quarta-feira, que vai decorrer à porta fechada. A primeira decorreu na segunda-feira e terminou sem uma declaração conjunta, com os Estados Unidos a expressar relutância em adotar o projeto de declaração proposto pela Noruega.
“Queremos fazer com que as medidas, sejam emanadas do governo israelita, da Autoridade Palestina ou do Conselho de Segurança da ONU, sirvam, não para aumentar ou provocar, mas para diminuir" a tensão, justificou o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, na terça-feira.
Segundo a Agência France Press (AFP), o texto que não deixou Washington confortável apela a Israel que “cesse as atividades de assentamento, demolições e despejos”, inclusive em Jerusalém Oriental.
Há vários dias que os palestinianos protestam contra a possibilidade de várias famílias virem a ser despejadas das suas casas em Jerusalém Oriental em favor de colonos israelitas. Esta é uma área ocupada e anexada por Israel.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, já apelou à calma. “As forças de segurança israelitas devem exercer o máximo de contenção e equilibrar o uso da força”, afirmou na terça-feira. “O lançamento indiscriminado de foguetes e morteiros contra centros populacionais israelitas é inaceitável”, disse também em comunicado.
Forças israelitas anunciam novo ataque contra Gaza
Na última noite, Israel voltou a bombardear a Faixa de Gaza, provocando pelo menos 35 mortos e mais de 220 feridos, segundo o ministro palestiniano da Saúde.
O anúncio do ataque foi feito nesta quarta-feira pelas forças armadas israelitas. As forças israelitas indicaram ter "concluído uma série de ataques, que atingiram casas de responsáveis" do movimento de resistência islâmica Hamas – grupo no poder na Faixa de Gaza, enclave palestiniano.
O grupo armado palestiniano afirmou que os ataques israelitas sucessivos destruíram a sede da polícia. E, nesta manhã de quarta-feira, o Hamas anunciou ter disparado mais de 200 foguetes contra Israel, em resposta aos ataques.
O braço armado do Hamas indicou ter disparado “110 foguetes contra a metrópole de Telavive” e “100 foguetes” contra a cidade de Beersheva, "em retaliação pelo reinício dos ataques contra edifícios habitados por civis", de acordo com uma declaração.
Também a Jihad Islâmica, o segundo maior grupo armado palestiniano na Faixa de Gaza, anunciou nesta quarta-feira ter disparado 100 foguetes do enclave palestiniano contra Israel.
"Às 5h00 da manhã [3h00 em Lisboa], desencadeámos um ataque poderoso contra o inimigo [israelita], com 100 mísseis disparados em resposta aos ataques contra edifícios e civis", indicou o grupo armado, que registou a morte de pelo menos dois comandantes nos ataques do exército israelita.
Pelo menos 35 pessoas foram mortas nos ataques israelitas em Gaza e 230 ficaram feridas, indicaram as autoridades locais.
Os ataques palestinianos causaram, desde segunda-feira, três mortos e dezenas de feridos israelitas.
Militares israelitas disseram que mais de 600 foguetes foram disparados desde segunda-feira de Gaza para Israel, principalmente pelo Hamas e pela Jihad Islâmica.
A violência surgiu, em parte, devido à ameaça de expulsões de palestinianos de Jerusalém Oriental em benefício dos colonos israelitas.
Dos confrontos iniciais entre manifestantes palestinianos e polícias israelitas, particularmente em redor da mesquita de Al-Aqsa, seguiram-se os ataques com foguetes do Hamas contra o Estado judeu e a resposta das forças de defesa israelitas contra a Faixa de Gaza.