O primeiro-ministro, António Costa, afirma que “é preciso aguardar pela confirmação da origem dos mísseis” que atingiram hoje a Polónia, provocando dois mortos, antes de a NATO tomar qualquer posição em relação à Rússia.
“É preciso aguardar pela confirmação da origem dos mísseis, mas há algo sobre o qual não é preciso esperar, é que qualquer arma de guerra é letal, qualquer arma de guerra deve ser evitada e não deve ser utilizada”, disse António Costa, aos jornalistas.
Para o primeiro-ministro português, esta é a hora de “construir a paz”, porque a “Rússia não pode ganhar a guerra”.
“Aquilo que é necessário, como disse na semana passada o Presidente Zelensky, esta é a hora de construir a paz. A Rússia não pode ganhar a guerra, mas ganhar a guerra significa construir a paz e é isso que é necessário. Portanto, evitar novos incidentes. Vamos aguardar novas informações sobre esta matéria.”
Questionado sobre se a NATO deve acionar o artigo 5ª, segundo o qual um ataque a um membro da Aliança Atlântica é um ataque contra todos, António Costa diz que é preciso aguardar por mais informações.
“Como disse o meu colega polaco, antes de mais nada deve-se apurar e esclarecer o que ocorreu. Eu não vou dizer mais do que disse o meu colega polaco”, sublinhou.
Para António Costa, “seja qual seja a origem de um míssil, caia onde caia, é sempre um motivo da maior preocupação”.
“O facto de ser um país que estava em paz é uma preocupação acrescida, mas a preocupação não é menor quando os mísseis caem na Ucrânia, porque os mísseis que caem na Ucrânia não matam menos pessoas, não ferem menos pessoas, não destroem menos bens. Aquilo que nós temos todos que fazer um esforço é para que, tão rapidamente quanto possível, a guerra finde e a paz seja restabelecida”, declarou.
Pelo menos duas pessoas morreram na sequência da queda do que se supõe serem dois mísseis de origem russa, esta terça-feira, em território da Polónia, segundo avança uma fonte dos serviços secretos norte-americanos citada pela AFP.
As bombas caíram na zona de Przewodów, a cerca de 10 quilómetros da fronteira com a Ucrânia. Terão atingido uma exploração agrícola.
O Pentágono não confirma e o Ministério da Defesa da Rússia já negou qualquer ataque contra território da Polónia.