O comentador d’As Três da Manhã assinala que temos uma geração mais qualidade e menos bem paga.
E tal, deve-se, no seu entender, a duas questões: “por um lado, mostra a falta de pujança das empresas portuguesas, que quando contratam quadros e contratam trabalhadores indiferenciados, não pagam bem, acabam a pagar mal” e a uma “política de Governo, que já é antiga, e que tem sido tentar diminuir a desigualdade, não através de mecanismos em que pudessem todos ganhar melhor, mas através de mecanismos em que os que ganham mais passam a ganhar menos e vão indo ao encontro, ou seja, àquilo que se chama na sociologia a proletarização da classe média”.
Ainda assim, Henrique Monteiro entende que “ainda vale a pena tirar um curso superior”.
“Não é indiferente ter um curso superior ou não ter um curso superior, depois em matéria remuneratória”, sublinha, acrescentando que terá maior “probabilidade de encontrar emprego, mesmo que seja como caixa num supermercado”.
Na última década, o salário médio, em Portugal, só aumentou para os menos qualificados, segundo a edição do “Estado da Nação: educação, emprego e competências em Portugal” - o relatório anual da Fundação José Neves.
Entre 2011 e 2019 os trabalhadores somaram perdas no salário real, ter uma licenciatura ainda garante um ordenado melhor, mas a diferença é cada vez mais curta.
Em comparação com os restantes Estados-membros, Portugal é dos que paga pior e tem menor produtividade.