As Forças Democráticas da Síria anunciaram este domingo que aceitam os termos do acordo alcançado entre a Vladimir Putin e a Erdogan e vão, por isso, retirar os seus homens da fronteira entre a Síria e a Turquia.
Num comunicado a que a Renascença teve acesso, as FDS dizem que o fazem, não obstante as anteriores objeções, para impedir o derramamento de sangue no nordeste da Síria.
“Depois de longas discussões com a Federação Russa, sobre a nossa objeção prévia a alguns termos do memorando, concordámos implementar o acordo, com base no Acordo de Sochi de 22 de outubro, 2019, para impedir a agressão turca no nordeste da Síria”, lê-se na declaração.
“As FDS vão reposicionar-se em novas posições, afastadas da fronteira entre a Turquia e a Síria em todo o nordeste da Síria, de acordo com os termos do acordo para impedir o derramamento de sangue e para proteger os habitantes da região dos ataques turcos.”
O comunicado afirma ainda que os militares das FDS vão ser substituídos por guardas fronteiriços do Governo de Damasco e pede à Rússia que garanta um diálogo construtivo entre a administração autónoma do nordeste da Síria e o regime de Bashar al-Assad.
As FDS são um conjunto de diferentes milícias, incluindo cristãs, árabes e, na maioria curdas, que são comandadas por uma coligação política das mesmas comunidades que tem governado o nordeste da Síria de forma de facto autónoma desde os primeiros anos do começo da Guerra Civil. Damasco não reconhece o projeto de autonomia e a Turquia considera que os curdos armados do lado sírio da fronteira são uma mera extensão do PKK, que tem levado a cabo uma insurreição contra o regime turco.
Damasco já saudou a decisão das FDS, dizendo que esta “retira o pretexto para a agressão turca ao território sírio”.
O regime diz que pretende ajudar os cidadãos do nordeste da Síria a reintegrar-se no país, em nome da unidade nacional da Síria.