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As autoridades francesas começam esta quarta-feira a transferir os menores desacompanhados que se encontram em Calais – o maior campo de migrantes e refugiados da Europa.
As cerca de 1.500 crianças e adolescentes foram alojadas em contentores e vão agora ser distribuídas por centros de acolhimento espalhados por toda a França.
“Os menores serão levados de autocarro ao longo do dia para centro de acolhimento específicos”, anunciou na terça-feira Stephane Duval, que responsável pela gestão do alojamento em contentores estatais dentro do campo.
“Para já, não haverá deslocações para a Grã-Bretanha”, acrescentou, explicando que “as candidaturas para que tal aconteça serão estudadas mais tarde”.
Um outro responsável ouvido pela agência Reuters, mas que não quis ser identificado, afirmou que a retirada dos menores deverá demorar alguns dias e que os “cerca de 1.500 menores irão encontrar-se, nos centros de acolhimento, com pessoal do Ministério da Administração Interna”.
A demolição do campo de refugiados e migrantes começou na semana passada e foi dada como terminada na segunda-feira, depois de mais de seis mil pessoas terem sido retiradas do local. A maioria esperava atravessar o Canal da Mancha em direcção ao Reino Unido.
Na semana passada, o Presidente francês, François Hollande, exortou a primeira-ministra britânica, Theresa May, a assumir a sua parte das responsabilidades na gestão dos migrantes e refugiados em Calais.
De acordo com as regras europeias, a Grã-Bretanha está obrigada a receber os menores que tenham laços familiares comprovados com residentes no país.
O desmantelamento do campo conhecido como “a Selva” era uma promessa do Governo francês, que se comprometeu a realojar os migrantes e refugiados em centros de acolhimento noutros pontos do país.
Com o fim da operação, o presidente da Câmara de Calais, Fabienne Bucio, fala de “um momento muito importante. Aquilo que se passou neste campo de refugiados é uma incrível experiência humana vivida por diversas comunidades”.
“Estamos a virar a página, uma página positiva. Porque estas pessoas saem daqui para serem acolhidas, para começarem uma nova vida aqui em França”, rematou, em declarações na semana passada.