Veja também:
- Os últimos números da pandemia em Portugal e no mundo
- Todas as notícias sobre a pandemia de Covid-19
- Guias e explicadores: as suas dúvidas esclarecidas
- Boletins Covid-19: gráficos, balanços e outros números
A vacina de duas doses da Pfizer/BioNTech para a Covid-19 recebeu aprovação total por parte da Administração de Alimentos e Drogas dos Estados Unidos (FDA, na sigla inglesa). Com os novos dados, o regulador também aprovou a inoculação para jovens a partir dos 16 anos. Desde dezembro que esta vacina beneficiava de uma autorização de "uso de emergência".
O fármaco da Pfizer/BioNTech contra a Covid-19 é o primeiro a passar a fase final dos procedimentos regulatórios nos Estados Unidos.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, considerou a aprovação da FDA “um momento importante na luta contra a pandemia”.
“Se é um dos milhões de americanos que disseram que não receberão a injeção até que tenha a aprovação total e final da FDA, isso já aconteceu”, afirmou, para logo determinar: “É hora de ir tomar a vacina. Faça-o hoje. Não há tempo a perder”.
Do lado da FDA, a diretora Janet Woodcock também veio dizer que “a aprovação desta vacina é um marco enquanto continuamos a lutar contra a pandemia de Covid-19”.
A responsável sublinha que, apesar de milhões de pessoas já terem recebido as vacinas para a Covid-19 “com segurança, reconhecemos que, para alguns, a aprovação de uma vacina pela FDA pode agora inspirar confiança adicional para serem vacinados”.
“O marco de hoje nos coloca um passo mais perto de alterar o curso desta pandemia nos Estados Unidos”, assinala.
Em comunicado, o CEO da Pfizer, Albert Bourla, defende “a eficácia e o perfil de segurança da nossa vacina num momento em que se torna urgentemente necessária”.
No ensaio clínico, cerca de 12.000 voluntários foram acompanhados durante, pelo menos, seis meses. A vacina agora será comercializada sob o nome de “Comirnaty”.
Para os adolescentes entre os 12 e os 15 anos, a vacina da Pfizer continua sob autorização condicionada (“uso de emergência”).
Menores de 12 anos na calha
Segundo o consórcio Pfizer/BioNTech, a aprovação total da vacinação de crianças para esta faixa etária será solicitada apenas quando estiverem disponíveis todos os dados.
De acordo com a diretora da FDA, a vacina da Pfizer não está recomendada a crianças com menos de 12 anos, por ainda não existirem dados sobre a sua segurança.
A farmacêutica deve apresentar esses dados no próximo outono, com vista à autorização de “uso de emergência” com base em doses menores.
A Academia Americana de Pediatria desencoraja, contudo, que crianças com menos de 12 anos recebam a vacina.
De acordo com os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), 71% dos americanos com 12 anos ou mais (a população elegível para receber a vacina) receberam pelo menos uma dose e 60,2% estão totalmente vacinados.
Vacinas obrigatórias?
Segundo o Pentágono, a vacina poderá tornar-se obrigatória para os militares e as autoridades de saúde dos EUA esperam que esta aprovação total da FDA também estimule mais governos estaduais e locais, bem como empregadores privados, a imporem a obrigatoriedade das vacinas.
No seu discurso, Joe Biden também pediu que mais empresas privadas exijam a vacina aos seus funcionários.
Em Nova Iorque, será exigida a vacina aos professores das escolas públicas e Nova Jersey já anunciou que todos os funcionários estaduais devem ser vacinados até meados de outubro ou concordar com a realização frequente de testes à Covid-19.
Nesta altura, 60,7% da população norte-americana estão vacinados com pelo menos uma dose e 51,5% estão totalmente vacinados.
As autoridades de saúde dos EUA também já autorizaram a administração de uma terceira dose de vacinas Pfizer e Moderna contra a Covid-19 para toda a população, a partir de 20 de setembro.
A aprovação total da vacina da Pfizer/BioNTech pode ajudar a convencer os norte-americanos mais reticentes a aderir ao processo de imunização.
Um estudo da Fundação Kaiser Family, divulgado em junho, concluiu que três em dez adultos não vacinadas admitiam mudar de opinião com a aprovação total da vacina por parte da FDA.
O ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, foi vaiado durante um comício por apoiar a vacina contra a Covid-19.
Trump foi um dos convidados do Partido Republicano para um comício em Bullman, Alabama, um dos estados com menor taxa de vacinação no país.
São, sobretudo, os conservadores que mais resistência revelam à vacina contra a Covid-19, o que levou a um aumento das infeções nos estados com mais baixo nível de vacinação, devido à variante Delta.
No Alabama, os cuidados intensivos estão no limite e os profissionais de saúde tratam doentes nos corredores e transformam quartos normais em espaços de emergência médica. Em todo o estado, já foram descartadas pelo menos 65 mil doses de vacinas por perderem a validade.
Os Estados Unidos lideram o mundo em número de casos e de mortes com Covid-19. Mais de 625.000 americanos morreram nas últimas semanas.