A Coreia do Norte acusou esta quarta-feira o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, de ter "atitude extremamente injusta e desequilibrada" ao condenar o recente teste com mísseis, "ignorando a hostilidade norte-americana" contra Pyongyang.
Após o teste de mísseis balísticos (ICBM) da Coreia do Norte, no sábado, Guterres condenou "veementemente" o ensaio e reiterou o apelou para que Pyongyang desistisse imediatamente de fazer mais provocações.
Na mesma declaração, o secretário-geral da ONU instou a Coreia do Norte a retomar as conversações sobre a desnuclearização da Península da Coreia.
"Sendo mais deplorável, o secretário-geral das Nações Unidas faz uma série de observações que não são lógicas e que são parecidas às dos funcionários do Departamento de Estado norte-americano", disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, Kim Son Gyong, em depoimentos publicados na imprensa oficial norte-coreana.
Kim Son Gyong disse que o ensaio foi uma resposta "à ameaça" representada pelos Estados Unidos por terem sido destacados bombardeiros de longo alcance usados nos exercícios conjuntos com a Coreia do Sul, no início do ano.
O teste foi também um "aviso" face à convocação do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a Coreia do Norte.
A Coreia do Norte encarou os exercícios conjuntos como treinos para uma invasão, demonstrando "preocupação" pelo uso dos bombardeiros norte-americanos B-1B.
"O secretário-geral da ONU deveria entender de forma clara, assim como deveria compreender que a posição que tomou é preconceituosa em relação à situação da Península da Crimeia assim como está a agir de forma a incitar atos hostis dos Estados Unidos", contra a Coreia do Norte, afirmou.
Em novembro, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, Choe Son Hui, disse que Guterres "é um fantoche dos Estados Unidos" por ter condenado testes com mísseis de Pyongyang.