Os abusos sexuais cometidos por padres contra crianças durante anos são o "11 de setembro da Igreja Católica”, afirma o arcebispo D. Georg Ganswein, secretário do Papa Emérito Bento XVI.
"Hoje é 11 de setembro, data de um desastre apocalíptico, e da Igreja, no turbilhão de notícias nas últimas semanas", disse o arcebispo, em referência ao abuso sexual.
"No entanto (a nossa catástrofe) não está associada a uma única data, mas a muitos dias, a muitos anos e a incontáveis vítimas", acrescentou o "homem forte" do Vaticano durante o pontificado do Papa Bento XVI.
D. Georg Ganswein usou a comparação entre os ataques de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, e o "terramoto" na Igreja Católica criado pelas revelações sobre décadas de abuso sexual durante a apresentação do livro "A opção Bento", de Rod Dreher, que decorreu no parlamento italiano.
"Ninguém atacou a Igreja de Cristo com aviões cheios de passageiros. A Basílica de São Pedro ainda está de pé", disse adiantando, contudo que as notícias recentes deram conta de quantas pessoas foram irremediavelmente feridas por sacerdotes da Igreja Católica.
O arcebispo referia-se às conclusões do Supremo Tribunal da Pensilvânia, nos EUA, que documenta 300 casos de padres abusadores em seis dioceses e identifica cerca de 1.000 crianças vítimas.
D. Georg Ganswein defendeu o papel do papa Bento XVI na luta contra estes casos que durante o seu pontificado descreveu os abusos do clero como um ataque à Igreja vindo de dentro.