Bruno Fernandes está inconformado com os episódios recentes no futebol português, em que adeptos, no caso crianças, são expostos a situações de violência verbal e vexame público.
Em causa dois casos que têm marcado a atualidade: o de uma criança obrigada a despir a camisola do seu clube, por estar numa bancada de adeptos visitados, em que não é permitido, pelos regulamentos, utilizar adereços do clube visitante; o outro caso de uma criança ao colo de um adulto, com adereços do clube visitante, com insultos dos adeptos do clube visitado.
"Estas situações podem fazer as crianças desistir do futebol por coisas que acontecem fora do campo. Cada um de nós deve ter mais responsabilidade. O futebol é um espaço para todos. Qualquer pessoa que está num estádio, independentemente da zona onde está, pagou o bilhete. Tem de ser respeitado, poder estar com a camisola que quiser, tem de poder festejar, vibrar com o jogo. É responsabilidade de cada um de nós sermos melhores. Espero um mundo em que possa estar tranquilo por os meus filhos poderem ir ao futebol com a camisola que quiserem", comenta Bruno Fernandes.
O médio do Manchester United utiliza o exemplo inglês para considerar que o que se passa em Portugal "é ridículo".
"Já deveria ser mais normal e as pessoas deveriam aceitar as escolhas de cada um. Isto não se trata das instituições em questão. Temos de primar pelo 'fair-play' e aprender com Inglaterra, em que apesar de haver confusões, a maior parte das pessoas vão juntas para o estádio e saem juntas", observa.
Em conferência de imprensa, esta quarta-feira, em Oeiras, antes do treino da seleção nacional, Bruno Fernandes manifestou ainda o desejo de que "toda a gente seja incluída da mesma maneira no Qatar". As preocupações das organizações de defesa dos direitos humanos são grandes e há inúmeras acusações de desrespeito pelos mesmos, por parte da organização.
Bruno entende que os jogadores não podem fazer muito, mas reforça o apelo para que o Campeonato do Mundo seja um festa. O Mundial arranca a 20 de novembro no Qatar.