Quando idealizámos a Católica International Business Platform, queríamos fazer uma “call” à comunidade empresarial.
Sabíamos que os desafios da globalização, a transformação digital em curso, e o contexto de incerteza e volatilidade, eram motivos mais do que suficientes para levar os líderes a repensar os modelos de negócio e a organização para a internacionalização.
E sabíamos que as empresas portuguesas têm desafios acrescidos, relacionados com a menor escala, menor produtividade e menor notoriedade das marcas e das empresas nos mercados destino. E fortes condicionantes no investimento para crescer internacionalmente com sustentabilidade.
Nos últimos cinco anos vivenciámos eventos internacionais tão disruptivos quanto o Brexit, a Pandemia e a Guerra, com todos os impactos geopolíticos e macroeconómicos que alimentam o debate nacional e as preocupações das famílias, empresas e Governo.
De alguma forma, já todos interiorizámos que não podemos continuar a fazer mais do mesmo, e o ecossistema nacional tem vindo a evidenciar um certo “frenesim”.
Mas o frenesim nunca nos levou a bom porto.
A essência da criação de valor
“Fazer mais e melhor, com menos recursos, ou, pelo menos, com os mesmos recursos”. É esta a essência da criação de valor!
Mas para alcançarmos a essência, precisamos de trabalhar os pressupostos:
1. Temos de criar um entendimento comum sobre criação de valor, muito além da bonita definição que acabei de escrever, porque ela precisa de ser transcrita para a realidade do dia-a-dia de quem gere recursos e toma decisões;
2. Temos de promover a concertação de interesses e o debate informado, antes de desenhar um “caminho de crescimento e de desenvolvimento”, que possa ser amplamente adotado pelos stakeholders;
3. Temos de trabalhar arduamente para testar novas soluções que nos ajudem a fazer o caminho e a mitigar os riscos.
Quando falo de novas soluções, não estou só a pensar em inovação de produto/serviço ou em inovação tecnológica de suporte. Falo de novas formas de abordar o mercado, a organização e a cadeia de valor, que nos ajudem a contornar os desafios e a criar mais valor. That’s the name of the game!
No que toca a inovação, temos muito a aprender com as empresas de tecnologia de informação e comunicação, na forma como colaboram entre si no desenvolvimento de novas soluções e no crescimento vertical acelerado.
A Católica International Business Platform assume a criação de valor na essência da sua atuação, e em consonância com os seus stakeholders.
A virtude da colaboração
Quem adere à Católica International Business Platform, assume um propósito comum: catalisar a internacionalização sustentável das empresas portuguesas como forma de contribuir para o progresso económico e social do país. E acredita que os desafios são transversais aos setores económicos, que se pode criar um efeito virtuoso de transferência de conhecimento, e que é possível desenvolver um mindset colaborativo para explorar as sinergias.
A Plataforma reúne líderes académicos e empresariais comprometidos com um projeto de impacto nacional, e que estão dispostos a experimentar novas soluções para a internacionalização das empresas portuguesas.
Esta comunidade assume uma missão com três eixos de desenvolvimento: Promover a partilha de conhecimento e competências C-level para desenvolver projetos sustentáveis de crescimento internacional; incentivar as novas gerações a abraçar projetos em empresas portuguesas com elevado potencial de crescimento internacional; e apoiar as empresas a receber as novas gerações como agentes de transformação interna, desenhando percursos de carreira diferenciados.
Nas palavras do Professor Miguel Athayde Marques, Vice-Reitor da Universidade Católica e Diretor Académico da Plataforma, “Desta forma, a Universidade também beneficia, incorporando a sua missão de educar e transformar a sociedade.”
A magia do active learning
Cada vez se fala mais sobre as virtudes da aprendizagem assente na experimentação e na interação social.
Em 2019, Harvard publicou o artigo “Study shows students in active learning classrooms learn more than they think”, The Harvard Gazette. De acordo com o estudo, os alunos tinham a perceção de que aprendiam mais pelo método tradicional de ensino, mas os resultados de aprendizagem eram melhores quando os alunos eram expostos a metodologias “active learning”.
Em 2020, publicou um segundo artigo “How to shake up active learning assumptions”, Harvard Business Publishing, que aborda estratégias para implementar metodologias “active learning”. O artigo evidencia uma relação direta entre a complexidade de cada metodologia e a necessidade de tempo para a planear e implementar.
Na Católica International Business Platform, estamos a produzir conhecimento a partir da experiência de base portuguesa e a desenvolver benchmarking internacional, recorrendo a várias metodologias active-learning, algumas delas bastante complexas de acordo com o artigo de Harvard.
Em 2022, lançámos os Programas Learn & Share, Raise the Bar e Employer Branding.
O programa Learn & Share promove a elaboração de mini-casos para promover a reflexão e o debate sobre experiências (positivas e negativas) de internacionalização das empresas portuguesas.
O programa Raise the Bar promove o estudo e desenvolvimento de novas soluções, sob orientação da equipa académica da Plataforma, em resposta a desafios concretos na internacionalização das empresas parceiras. As aprendizagens individuais e coletivas são partilhadas com o ecossistema, depois de estarem consolidadas.
O programa Employer Branding promove a interação entre empresas portuguesas com projetos de crescimento internacional e os nossos alunos. As dinâmicas desenvolvem-se em aula e em atividades extracurriculares, com alunos de licenciatura, mestrado, Erasmus e programa de executivos.
Em suma, a Católica International Business Platform é uma iniciativa inovadora de aprendizagem ativa em parceria. A magia do “active-learning” está a acontecer.
*Margarida Ramalho é Professora Convidada da Católica-Lisbon e Fundadora e Diretora Executiva da Católica International Business Platform