Todos terão de refletir sobre “perigo” para Constituição, diz candidatura de Ana Gomes
24-01-2021 - 21:08
 • Lusa

As projeções colocam Ana Gomes em segundo lugar, embora a margem de erro permita que fique em terceira, atrás de André Ventura.

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O diretor de campanha de Ana Gomes afirmou este domingo que a candidatura da socialista conseguiu transformar estas presidenciais num “processo eleitoral competitivo”, mas avisou que todos os quadrantes políticos terão de refletir sobre “ameaças sérias” à Constituição.

Numa primeira reação às projeções televisivas, que apontam para a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa à primeira volta, com Ana Gomes em segundo e André Ventura em terceiro, Paulo Pedroso defendeu que a candidata conseguiu alcançar um objetivo.

“Esta candidatura pretendia e conseguiu transformar estas eleições num processo eleitoral competitivo em que estivessem representadas todas as sensibilidades políticas do país”, disse, defendendo que haveria “um espaço deserto” se a militante do PS (sem apoio do partido) não tivesse avançado.

Questionado se se pode falar numa derrota da esquerda, o antigo ministro remeteu para uma análise posterior dos resultados, mas deixou um aviso.

“Esta noite vai obrigar todos os quadrantes políticos que se reconhecem na Constituição e repensar o futuro, porque não podemos ignorar que, pela primeira vez desde o 25 de Abril, há ameaças sérias à Constituição, são um perigo e não apenas uma nova ideia”, afirmou Pedroso, numa referência indireta a André Ventura.

Paulo Pedroso referiu-se também aos valores projetados para a abstenção pelas várias televisões, entre os 50 e os 60%.

“Em primeiro lugar, é importante saudar os milhões de portugueses que saíram de casa para votar nestas condições adversas da pandemia e, com o seu voto, derrotaram as previsões absurdas de abstenção e demonstraram a importância da eleição direta do Presidente da República”, afirmou.

Para Paulo Pedroso, a afluência às urnas demonstra que os portugueses “não aceitam a desvalorização destas eleições”, e defendeu que a eleição direta do chefe de Estado “é um dos elementos fundamentais do equilíbrio de poderes em Portugal

“Ainda não há resultados, mas o que se pode verificar é que estas eleições tiveram uma representação de um espaço que congrega a esquerda democrática, forças progressistas, moderadas, europeístas e ecologistas e que teria ficado deserto se não existisse”, disse, numa declaração com direito a tradução em língua gestual portuguesa.

As projeções da RTP, SIC e TVI apontam para uma vitória de Marcelo Rebelo de Sousa nas presidenciais de hoje, com a socialista Ana Gomes em segundo e André Ventura, do Chega, em terceiro.

Com estes resultados, em que Marcelo tem mais de 50%, o atual Presidente da República ganha as eleições à primeira volta, de acordo com estas três projeções.

A taxa de abstenção nas eleições presidenciais de hoje deverá ficar entre os 50 por cento e os 60 por cento, de acordo com as previsões avançadas às 19:00 por pelas televisões.

A sondagem da Universidade Católica para a RTP dá uma taxa de abstenção entre os 50% e os 55%, a projeção da TVI antecipa uma taxa de abstenção entre os 54,5% e os 58,5%, as previsões do ISCTE-ICS para a SIC apontam para um intervalo entre os 56% e os 60% e a projeção da CMTV antecipa números entre os 54% a 58%.