Luís Bernardo, atualmente CEO da Wonder Level Partners e alvo de investigação por parte da Polícia Judiciária, passou pela política, pelo futebol e sempre foi um nome forte no que toca à comunicação pública de instituições.
Luís Bernardo, nascido a 4 de abril de 1966, sempre esteve associado à comunicação e ao marketing. Em 2005, fundou a Marca Total, que viria também a integrar Vítor Escária.
Estes dois nomes estariam, de resto, associados ao primeiro-ministro da época: José Sócrates. Ambos foram assessores do governante socialista durante o seu mandato. Antes, Luís Bernardo já tinha sido assessor de António Guterres.
Luís Bernardo era também militante do PS desde 1987 e chegou a representar a JS no Conselho Nacional da Juventude. Integrou mais tarde, em 1990, o secretariado da JS liderado por António José Seguro.
Acabou por deixar a política e entrou na TVI no início dos anos 90. Luís Bernardo foi até o responsável pela primeira reportagem na estreia da TVI, a 20 fevereiro de 1993, sobre o Centro Cultural de Belém, que abriria um mês depois.
Deixou o jornalismo em 1997 e ocupou o cargo de assessor do ministro da Cultura, Manuel Maria Carrilho, tendo dois anos depois passado a assessor do então primeiro-ministro, António Guterres até 2002.
Depois de uma breve passagem pelo grupo Grupo SAG, do multimilionário João Pereira Coutinho, regressou à política em 2005, como assessor do ministro Silva Pereira e depois de José Sócrates. Em 2005, o seu caminho voltaria a cruzar-se com o de Manuel Maria Carrilho, mas agora para a direção da sua campanha à Câmara de Lisboa.
De acordo com o jornal Público, Luís Bernardo é também dono de uma offshore, a Gespafin International Holding Limited, constituída em Malta e que está referenciada nos Paradise Papers. A empresa, que é detentora da portuguesa Millenaire – Projects & Investments, Unipessoal, onde Manuel Maria Carrilho foi gestor, está atualmente em liquidação.
Depois da política passou pelo futebol. Primeiro, em 2015-16, teve um papel na comunicação do Sporting e, na época seguinte, foi para o Benfica. Luís Bernardo deixou em 2020 o cargo diretor da comunicação dos encarnados.
O empresário e consultor, de 58 anos, regressou ao mundo da comunicação social, tendo estado associado à Media Capital e ao grupo Global Media. No caso da Global Media, liderada por José Fafe, Luís Bernardo foi convidado pela comissão executiva para apresentar um plano estratégico para o futuro do grupo.
Já na atual agência de comunicação, foi responsável por diversas e coordenou vários eventos, como presidências da União Europeia por Portugal, e cimeiras.
Agora, a atividade da sua empresa Wonder Level Partners (WL Partners) está a ser investigada por suspeitas de corrupção e viciação de regras de contratação pública.
No âmbito da "Operação Concerto", foram realizados "34 mandados de busca e apreensão, dez buscas domiciliárias e 12 não domiciliárias em organismos públicos, e 11 buscas não domiciliárias em empresas em Lisboa, Oeiras, Mafra, Amadora, Alcácer do Sal, Seixal, Ourique, Portalegre, Sintra e Sesimbra".
Em causa estão fortes suspeitas de favorecimento de empresas do setor da comunicação, publicidade, marketing digital e marketing político, por parte de diversas entidades públicas, estando a ser investigados "factos suscetíveis de enquadrar prática de crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, prevaricação, participação económica em negócio, abuso de poderes (titulares de cargos políticos) e abuso de poder (regime geral).