O presidente do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, defendeu esta quinta-feira que a região deve aproveitar as "soluções de exceção" aceites pela União Europeia para reestruturar a transportadora aérea SATA, à imagem do que foi feito com a TAP.
"É exigível que a definição do caminho de reestruturação da SATA seja feita sem mais demora. Não será compreensível a perda da oportunidade para total aproveitamento das soluções de exceção que agora as diversas entidades e instituições de regulação se mostraram disponíveis para aceitar", afirmou José Manuel Bolieiro, citado em nota de imprensa do PSD/Açores.
O social-democrata lembra que, recentemente, o Estado português "finalizou um entendimento com a União Europeia, a propósito da reestruturação e ajuda de emergência à TAP, companhia exposta às mesmas circunstâncias conjunturais, económicas e de regulação da SATA".
E questiona: "E pela SATA, o que está a ser feito? O PSD considera que é urgente e absolutamente necessário que o Governo Regional clarifique, também sem demora, qual a sua posição sobre este assunto, que é determinante para a empresa e estratégico para os Açores".
Bolieiro reafirmou a "opção pela continuidade da SATA na esfera pública", alegando que a “importância estratégica indispensável” da SATA ficou confirmada nos últimos meses, de pandemia de covid-19.
"Já se consumiu quase metade deste ano de 2020 e estamos no ponto de, reconhecendo as inesperadas e especiais dificuldades que os últimos meses acrescentaram, olhar o futuro com coragem, ambição e sentido de responsabilidade, adaptando, sem medo, a nossa vida a novas circunstâncias e agindo com determinação e sentido de urgência", prosseguiu.
O Estado português recebeu na quarta-feira autorização da Comissão Europeia para apoiar a TAP num montante até 1,2 mil milhões de euros, mas, de acordo com o ministro que tutela a aviação, o Governo conta não necessitar de mais do que mil milhões de euros até ao final deste ano.
Em falta está ainda a decisão por parte dos acionistas privados de aceitar as condições apresentadas pelo Estado para fazer esta intervenção.
Trata-se de uma injeção de capital na forma de empréstimo, feita por tranches, mas, segundo o ministro Pedro Nuno Santos, não fica excluída a possibilidade de, numa fase posterior, se proceder a um empréstimo privado garantido pelo Estado.
A SATA fechou o ano de 2019 com prejuízos de 53 milhões de euros, valor semelhante ao registado em 2018, mas com melhorias em ambas as transportadoras aéreas do grupo.
O grupo, liderado por Luís Rodrigues, reconheceu recentemente hoje que a Azores Airlines, ramo da empresa que opera de e para fora dos Açores, continua a "apresentar desequilíbrios operacionais e financeiros significativos".