O diretor executivo da Amnistia Internacional Portugal alerta que o discurso de ódio de elementos das forças de segurança podem passar a "atos intimidatórios" e que não está surpreendido com a grande reportagem, dividida em dois episódios, que vai ser transmitida pela SIC, da autoria da Rede de Jornalistas de Investigação, o primeiro consórcio português de jornalismo de investigação.
O trabalho jornalístico intitulado “Quando o ódio veste farda” dá conta de quase 600 polícias e militares da GNR que foram apanhados numa rede onde apelam à violência contra alegados criminosos, contra políticos, jornalistas e figuras públicas.
Sobre os relatos, Pedro Neto diz à Renascença que "algumas destas revelações são casos conhecidos e documentados e que é preciso perceber se houve consequências ou não".
O ministro da Administração Interna determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) a abertura imediata de um inquérito aos indícios sugeridos por uma investigação jornalística sobre o discurso de ódio na PSP e na GNR.
O diretor da Amnistia Internacional Portugal afirma que "há vários graus de inspeção e é preciso perceber se estão a funcionar ou não".
"Pessoas que sejam extremistas, que incitem ao ódio, não podem ser agentes da autoridade a representar o Estado", defende.
Pedro Neto pede também que, se a legislação para instalar "bodycams" avance, que seja bem ponderada e ajustada.