Autarca de Longueira-Almograve espera "nova etapa" com fim da cerca sanitária
11-05-2021 - 23:56
 • Lusa

É preciso que "o primeiro-ministro olhe para Odemira como um todo" e "que trate Odemira bem, porque cabemos cá todos" e o concelho "recebe bem", afiançou Glória Pacheco.

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A presidente da Junta de Freguesia de Longueira-Almograve considerou esta terça-feira que o levantamento da cerca sanitária devido à Covid-19 "não resolve o problema de Odemira", mas disse esperar que comece "uma nova etapa" no concelho.

"O levantamento da cerca hoje anunciado pelo primeiro-ministro não resolve o problema de Odemira, nem das freguesias", mas "esperemos que hoje comece uma nova etapa, que seja feita uma retrospetiva do que aqui se passou", afirmou à agência Lusa a presidente da junta, Glória Pacheco.

Segundo a autarca, é necessário que, após o fim da cerca sanitária que tem vigorado em Longueira-Almograve e São Teotónio, duas das 13 freguesias do concelho de Odemira (Beja), "sejam identificados os prevaricadores" e "devidamente castigados".

Numa cerimónia em Odemira, no distrito de Beja, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou hoje que a cerca sanitária decretada para aquelas duas freguesias daquele concelho é levantada a partir das 00h00 de quarta-feira.

"Hoje durante a tarde reunimos um Conselho de Ministros eletrónico que já está concluído e portanto foi decretado o levantamento da cerca sanitária a partir das 24:00 de hoje nestas duas freguesias", afirmou o chefe do Governo.

O primeiro-ministro falava pouco depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dito que tinha sido informado por António Costa do fim das restrições naquele concelho do litoral alentejano.

A presidente da Junta de Freguesia de Longueira-Almograve disse esperar que, agora, "o que estava menos mal seja corrigido e o que estava bom possa continuar".

E que o primeiro-ministro, António Costa, "não se esqueça que, além dos imigrantes, há muito mais em Odemira e que há situações que urge que sejam solucionadas", acrescentou.

"Também temos naturais" do concelho "a viver mal, pessoas com habitações, se calhar, pouco dignas", argumentou Glória Pacheco.

É preciso que "o primeiro-ministro olhe para Odemira como um todo" e "que trate Odemira bem, porque cabemos cá todos" e o concelho "recebe bem", afiançou.

E, frisou a autarca, "já que vem aí tanto dinheiro da Europa", através do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) a que aludiu hoje o chede do Governo, há que "aproveitá-lo para melhorar as condições de vida de todos".

A cerca sanitária em Longueira-Almograve e São Teotónio foi decretada pelo Governo, em Conselho de Ministros, no dia 29 de abril e entrou em vigor no dia seguinte, devido à elevada incidência de casos de Covid-19, sobretudo em trabalhadores do setor agrícola, muitos deles imigrantes.

Na sua intervenção de hoje, o primeiro-ministro indicou que o Governo recebeu esta manhã uma comunicação do coordenador de saúde pública do Litoral Alentejano a dar conta de que "a maior parte" dos casos atuais de covid-19 corresponde "a cadeias de transmissão já identificadas", que não há transmissão comunitária e a propor o fim da cerca.

António Costa frisou que, nos cerca de 15 dias em que vigorou a cerca sanitária, este território registou uma "diminuição muito significativa do ritmo de transmissão", mas alertou que a decisão do Governo "não significa que o problema tenha desaparecido".