Mais de 1,1 milhões de portugueses que têm trabalho, são pobres, ou seja, cerca de 10% da população nacional. O alerta é da Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN), que diz que ter um emprego não chega. Isto é, o rendimento proveniente do trabalho não é suficiente para satisfazer as necessidades familiares.
À Renascença, o padre Jardim Moreira, lembra que faltam empregos dignos. “Os empregos de muita gente são precários e, portanto, o vencimento não é suficiente para resolver e enfrentar as necessidades do agregado familiar”.
“Entre os pobres temos 10,7% que são trabalhadores. Quer dizer que ter emprego não é suficiente para tirar uma pessoa da pobreza”, sublinha.
No Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, esta organização aponta como prioridade uma maior aposta na educação e na melhoria das qualificações.
Taxa de risco de pobreza acima da média da UE
Portugal apresentava em 2017 uma taxa de 23,3% de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social, acima da média da União Europeia (UE 22,5%) mas 2,7 pontos abaixo da de 2008, divulgou esta quarta-feira o Eurostat.
Analisando os componentes do indicador, no ano passado estavam 18,3% de pessoas em risco de pobreza monetária (após as transferências sociais) em Portugal, acima da média europeia (16,9%). No que respeita a situação de privação material severa, Portugal estava, em 2017, em linha com a UE nos 6,9%.
Face a 2008, a taxa de risco de pobreza ou exclusão social aumentou em dez Estados-membros entre 2008 e 2017, com a principal subida na Grécia (6,7 pontos percentuais, para os 34,8%), em Itália (3,4 pontos, para os 28,9%), Espanha (2,8 pontos, para os 26,6%) e Holanda (2,1 pontos, para os 17,0%).
Os recuos mais significativos no mesmo período foram registados na Polónia (-11 pontos, para os 19,5%) Roménia (-8,5 pontos, para os 35,7%), Letónia (-6,0 pontos, para os 28,2%) e Bulgária (-5,9 pontos, para os 38,9%).