A autoridade monetária garante que vai continuar a apoiar a economia, por bastante tempo. No entanto, já a partir de 2022, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu acelerar a retirada dos estímulos monetários, ao abrigo do Programa de Compras de Emergência Pandémica (PEPP).
No final da reunião de governadores, o BCE anunciou que no primeiro trimestre do próximo ano irá executar o programa de emergência ligado à pandemia de compras de ativos (principalmente dívida pública) “a um ritmo mais baixo do que no trimestre anterior”.
A conclusão do programa em março, já estava prevista. O abrandamento das compras, nos próximos meses, é a resposta à subida da inflação, acima do esperado.
A entidade liderada por Christine Lagarde reviu, esta quinta-feira, em alta as previsões para a inflação nos próximos anos. Para este ano, antecipa uma taxa de inflação média de 2,6%, quando em setembro previa 2,2%.
Em 2022, já não é esperada uma descida rápida da inflação, deverá ficar em média em 3,2%, em vez dos 1,7% previstos. Para 2023 e 2024, a taxa projetada é agora de 1,8%, perto do objetivo de 2%.
Apoios continuam, com reforço
O BCE garante que continuará a apoiar a economia e até prolongou até final de 2024 o período para reinvestir os títulos de dívida. Isto é, sempre que os títulos comprados através do programa de emergência pandémica atinjam a maturidade, o banco central volta a comprar o mesmo montante de dívida, do mesmo país.
A autoridade monetária anunciou ainda o reforço temporário do programa normal de compra de ativos, que já estava em vigor antes da pandemia. As compras mensais, atualmente de 20 mil milhões de euros, vão passar para 40 mil milhões de euros por mês, no segundo trimestre de 2022 e para 30 mil milhões, no terceiro trimestre. Só regressam aos 20 mil milhões no último trimestre.
O BCE diz que estas compras vão manter-se, até que esteja garantida uma inflação de 2% no médio prazo. Terminam “imediatamente antes de o BCE começar a subir as suas taxas de juro de referência”.