Se o Porto tivesse sido a primeira escolha de Portugal na corrida à Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla inglesa) as hipóteses de sucesso seriam maiores, defende o social-democrata Paulo Rangel.
Em declarações à Renascença, o eurodeputado recorda que Lisboa foi a opção inicial, o que acabou por penalizar a candidatura do país.
“A 30 de Setembro, quando saiu o relatório técnico, o critério que mais penalizada o Porto era a circunstância de um país como Portugal, com a sua dimensão, já ter duas agências e as duas agências serem em Lisboa. Nós andámos durante cinco ou seis meses a patrocinar uma candidatura que teria sido escolhida à partida, porque o Porto foi prejudicado por nós já termos duas agências.”
Paulo Rangel reconhece que não foi por esse facto que o Portugal foi derrotado, mas critica a estratégia inicial do Governo.
“De maneira nenhuma eu quero dizer, porque a concorrência era muito forte, que se a candidatura tivesse sido feita em tempo nós pudéssemos ter ganho, mas não tenho dúvidas nenhumas de que, se a escolha inicial do Governo tivesse sido o Porto, as chances de podermos ganhar eram bastante maiores. Não quer dizer que ganhássemos”, sublinha.
Paulo Rangel ainda critica o facto de o ministro dos Negócios Estrangeiros não ter estado esta segunda-feira em Bruxelas a acompanhar o processo de votação. O eurodeputado pede mesmo explicações a Augusto Santos Silva.
Contacto pela Renascença, o Ministério dos Negócios Estrangeiros explica que Augusto Santos Silva está a acompanhar a visita do primeiro-ministro, António Costa, à Tunísia.
Portugal esteve representado em Bruxelas pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus. Ana Paula Zacarias disse que, apesar do Porto ter perdido, ficou num “honroso sétimo lugar em 19 candidaturas”.
A cidade holandesa de Amsterdão venceu esta segunda-feira a corrida para receber a Agência Europeia do Medicamento, que está instalada no Reino Unido.