Um estudo da universidades de Maryland e Houston descobriu uma nova forma de produzir baterias mais sustentáveis à base de... crustáceos. A quitosana, obtida a partir das carapaças de caranguejos, camarões e lagostas, será capaz de substituir os atuais eletrólitos corrosivos das baterias.
No advento das alternativas ecológicas, como a energia solar, a energia eólica ou os veículos elétricos, a procura de baterias tem aumentado. Contudo, mantêm-se os problemas com o seu fim de vida e os químicos tóxicos que pode libertar, como o chumbo e o lítio, capazes de afetar os solos e os cursos de água.
"Por exemplo, os separadores de polipropileno e policarbonato, que são amplamente usados em baterias de ião lítio, demoram centenas ou milhares de anos a degradarem-se e aumentam o prejuízo ambiental", explica Liangbing Hu, diretor do Centro de Inovação Material da Universidade de Maryland.
À procura de soluções para o problema, a investigação, publicada esta semana, descobriu uma maneira de substituir os eletrólitos corrosivos presentes nas baterias atuais por uma nova componente: um eletrólito de gel obtido a partir da quitosana.
Por sua vez, esta substância pode ser facilmente encontrada nas "paredes celulares de fungos, nos exosqueletos de crustáceos e no gladius das lulas". "A fonte mais abundante de quitosana são os exosqueletos dos crustáceos, incluindo caranguejos, camarões e lagostas, que podem ser facilmente obtidos a partir do desperdício de marisco", salienta Liangbing Hu.
De acordo com o artigo publicado, estas novas baterias são altamente eficientes e capazes de armazenar a energia das turbinas eólicas ou dos painéis solares. Por outro lado, sendo de origem animal, a quitosana é biodegradável, tratando-se de uma questão de cinco meses até desaparecer.
Este tipo de baterias apenas libertaria zinco, que poderá ser reciclado ou reaproveitado. "O eletrólito de quitosana não só demonstra uma excelente performance nas baterias, mas também liberta substâncias para o ambiente de uma forma natural", conclui o estudo.