O presidente de Timor-Leste, José Ramos Horta, revela uma “grande alegria” com a visita do Papa Francisco ao país, anunciada para os dias 9, 10 e 11 de setembro.
Em entrevista à Renascença, Ramos Horta revela pormenores da visita com um “programa relativamente ligeiro”, para não sobrecarregar o Papa, e que fará deslocar a Díli cerca de 700 mil pessoas, metade da população de Timor-Leste.
“Em todo Timor já se esperava a visita de Sua Santidade e é uma grande excitação, uma grande alegria para este país, de mais de 99% católicos. Espera-se, provavelmente, até 700 mil pessoas, de uma população de 1,4 milhões, à espera em Díli”, afirma o Nobel da Paz em 1996.
A visita terá, segundo o presidente timorense, dois objetivos: “que o povo possa estar perto de Sua Santidade e que o Papa realize o seu desejo de estar perto do povo, sobretudo da juventude”, com o momento mais alto da visita a ser a celebração de uma missa em Dili.
Para a visita, Ramos Horta adianta que o Governo alocou 12 milhões de dólares para melhorias de infraestruturas, como a adaptação de alguns espaços, reabilitação de estradas em Díli e a logística, segurança, saúde e alojamento de visitantes, para além de fiéis.
A visita de Francisco surge 35 anos depois da última passagem de um Papa pelo território. Em 1989, durante a visita de João Paulo II, Timor-Leste estava ainda ocupado militarmente pela Indonésia, mas Ramos Horta não esquece a importância do momento.
“João Paulo II colocou Timor-Leste no mapa do mundo. Foi de extrema importância, para o povo que viveu anos na escuridão, na desesperança e no isolamento do mundo”, lembra.
A passagem por Timor-Leste durante três dias faz parte da viagem mais longa de Francisco até ao momento, que inclui passagens pela Indonésia, Papua-Nova Guiné e Singapura.