Barack Obama proferiu, na madrugada desta quarta-feira, a seu último discurso sobre o estado da União. O Presidente dos Estados Unidos garantiu que o terrorismo "não ameaça a existência nacional" e apelou ao Congresso que aprove legislação específica para a campanha de combate ao terror.
Sobre a intolerância com o mundo islâmico, Barack Obama citou as palavras do Papa Francisco para criticar os políticos que insultam os muçulmanos.
“Sua Santidade, o Papa Francisco, disse aqui, neste preciso lugar onde estou, que imitar o ódio e a violência de tiranos e assassinos é a melhor forma de lhes tomar o lugar. Quando os políticos insultam muçulmanos, quer no estrangeiro, quer cidadãos americanos; quando uma mesquita é vandalizada, ou um rapaz é insultado. Isso não nos dá mais segurança. É tão, somente, errado”, defendeu.
Recorde-se que, no final do ano passado, o pré-candidato presidencial republicano Donald Trump proferiu palavras pouco amistosas contra o povo muçulmano, defendendo mesmo a proibição de entrada dessas pessoas no país.
Ainda no discurso de Obama, referência a uma das marcas do mandato: o reatar de relações diplomáticas com Cuba. “Se quiserem consolidar a nossa liderança e credibilidade, reconheçam que a guerra fria acabou. Levantem o embargo!”, pediu ao Congresso.
Barack Obama garantiu também que vai continuar a trabalhar no objectivo de fechar a prisão de Guantanamo, tendo por base a liderança norte-americana no mundo.
“Esse tipo de liderança depende do poder do nosso exemplo. É por isso que vou continuar a trabalhar para fechar Guantanamo. É caro, desnecessário e serve apenas como brochura de recrutamento para os nossos inimigos. Há um caminho melhor”, defendeu.
No campo económico, e de olhos postos no futuro, o inquilino da Casa Branca anunciou um virar de página e reclamou o legado da economia “mais forte e sustentável do mundo”.
“Atravessamos a melhor fase de criação de emprego privado da história. A taxa de desemprego caiu para metade. Foi o melhor ano da indústria automóvel. Tudo com uma descida de quase três quartos no défice. Quem disser que a economia americana está em declínio vende ficção”, destacou.
No campo da saúde, o Presidente norte-americano prometeu um reforço nos apoios para o combate ao cancro, com o objectivo de fazer dos Estados Unidos o país que acaba com a doença.