As restrições decididas esta semana por muitos governos para travar a nova vaga de covid-19 na Europa levaram hoje milhares em protesto para as ruas na Áustria, mas também na Irlanda do Norte, Holanda, Itália, Suíça e Croácia.
Dezenas de milhares de manifestantes, muitos membros de grupos de extrema-direita, marcharam em Viena, depois de o Governo austríaco ter anunciado um confinamento nacional a partir de segunda-feira para conter as crescentes infeções pelo coronavírus responsável pela pandemia.
O confinamento na Áustria, que começou por ser só para não vacinados, passa a ser para todos na segunda-feira e por um período mínimo de 10 dias, surgindo depois de a mortes diárias terem triplicado nas últimas semanas e os hospitais dos estados mais atingidos avisarem que estão a atingir o limite da capacidade.
O governo também tornará obrigatória a vacinação no país, onde menos de 66% da população está vacinada, uma das taxas mais baixas da Europa Ocidental.
Na Irlanda do Norte, várias centenas de pessoas que se opõem ao certificado covid-19 protestaram à porta da câmara municipal de Belfast.
O governo da Irlanda do Norte decidiu esta semana restringir horários e tornar o documento obrigatório para admissão em clubes noturnos, bares e restaurantes.
Na Croácia, milhares de pessoas reuniram-se na capital, Zagreb, carregando bandeiras croatas, símbolos nacionalistas e religiosos, juntamente com bandeiras contra a vacinação e o que descrevem como restrições às liberdades das pessoas.
Em França, o ministro do Interior, Gerald Darmanin, condenou os violentos protestos na ilha caribenha de Guadalupe, um dos territórios ultramarinos da França, onde 29 pessoas foram detidas pela polícia, quando protestavam contra a decisão de impor um recolher noturno – das 18.00 às 05:00 locais - a partir de terça-feira.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) manifestou hoje grande preocupação com o aumento de casos de covid-19 na Europa e advertiu que cerca de 500 mil pessoas podem morrer até março de 2022 se não forem tomadas medidas urgentes.
A covid-19 provocou pelo menos 5.130.627 mortes em todo o mundo, entre mais de 255,49 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse, divulgado na sexta-feira.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.310 pessoas e foram contabilizados 1.119.784 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde de hoje.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.