No Haiti, o mais recente balanço do sismo aproxima-se das duas mil vítimas mortais. 1.941 pessoas morreram e perto 10 mil ficaram feridas, durante o abalo do último sábado.
De acordo com a agência Reuters, o sismo de magnitude 7.7 destruiu mais de 60 mil casas.
A UNICEF estima que mais de um milhão de pessoas - mais de metade crianças - tenham ficado sem acesso a abrigo, água potável, cuidados de saúde e comida.
No terreno, há falta de meios para apoiar quem precisa de ajuda, agora que os trabalhos de busca e salvamento retomaram depois de uma tempestade tropical ter atingido as Caraíbas, causando fortes inundações.
"Inúmeras famílias haitianas que perderam tudo devido ao terramoto estão agora a viver literalmente com os pés na água por causa das inundações", disse Bruno Maes, representante da UNICEF no país.
Vários países da América Latina, como a Venezuela, Chile, México, Panamá, Colômbia e a vizinha República Dominicana enviaram alimentos, medicamentos e abastecimentos. Os Estados Unidos também enviaram mantimentos e equipas de busca e salvamento.
Os danos causados em vários hospitais têm dificultado o socorro às vítimas e, apesar da montagem de várias tendas improvisadas no exterior dos edifícios, não há meios suficientes para apoiar todas as pessoas que precisam de ajuda.
"Não havia médicos suficientes e agora ela está morta", disse Lanette Nuel à Reuters, sentada ao lado do corpo da sua filha fora do hospital principal de Les Cayes, uma das cidades mais atingidas tanto pelo sismo, como pelas fortes chuvas e ventos da tempestade.
A mulher de 26 anos, ela própria mãe de dois filhos, tinha sido esmagada pelos escombros durante o tremor de terra. "Chegámos ontem à tarde, ela morreu esta manhã. Eu não posso fazer nada", disse a mãe da vítima.
O terramoto de sábado deitou abaixo dezenas de milhares de edifícios no país mais pobre das Américas, que ainda está a recuperar do sismo de há 11 anos que matou mais de 200 mil pessoas.