A segunda volta das eleições presidenciais no Equador, em 15 de outubro, será um confronto entre a esquerda, representada por Luisa González, e a direita, liderada por Daniel Noboa, segundo os resultados do escrutínio de domingo e conhecidos esta segunda-feira.
O Equador foi no domingo a votos para escolher o próximo Presidente do país, mas nenhum candidato alcançou os números necessários para ser eleito numa primeira volta.
De acordo com a agência de notícias AFP, Luisa González, de 45 anos e membro do partido Revolução Cidadã - liderado pelo ex-Presidente Rafael Correa (2007-2017) -, ficou em primeiro lugar na primeira volta das eleições presidenciais, com 33% dos votos.
O mais jovem candidato a participar nestas eleições, o conservador Daniel Noboa (ADN), de 35 anos e filho de um bilionário, surpreendeu ao conquistar o segundo lugar (24%) no sufrágio.
De acordo com a legislação do país - com mais de 17 milhões de habitantes -, um candidato presidencial precisa obter 50% dos votos, ou 40% se estiver 10 pontos à frente do seu rival mais próximo, para vencer a eleição à primeira volta.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador confirmou no domingo que 82,26% dos eleitores registados nas eleições presidenciais e legislativas exerceram o direito de voto, o que representa uma abstenção de 17,74%.
Pela terceira vez consecutiva, a disputa pela Presidência equatoriana será entre forças da direita e da esquerda, num país assolado pela corrupção, pela violência e pelo narcotráfico.
Quando Rafael Correa deixou o poder em 2017, o seu ex-vice-Presidente, Lenín Moreno, venceu a segunda volta das eleições contra o ex-banqueiro Guillermo Lasso.
Quatro anos depois, em 2021, Guillermo Lasso obteve a vitória na corrida presidencial contra Andrés Arauz, que é o atual candidato a vice-Presidente na formação de Gonzalez.
O vencedor da votação de 15 de outubro governará até 2025, para completar o mandato de Lasso, que optou por convocar eleições antecipadas - através da cláusula constitucional intitulada "morte cruzada" - para evitar a sua destituição pela Assembleia Nacional por acusações de corrupção.
Nos últimos anos, o Equador foi assolado pelo narcotráfico e tem testemunhado níveis recorde de homicídios, com massacres entre gangues rivais nas prisões.
Há cerca de uma semana e meia, o candidato presidencial Fernando Villavicencio, que surgia em quinto lugar nas sondagens, foi assassinado durante um comício, numa zona central e movimentada da capital do país, Quito.
Na segunda-feira passada, Pedro Briones, membro do Revolução Cidadã e um dos líderes do partido na província de Esmeraldas, foi assassinado no noroeste do Equador.
Rider Sánchez, candidato a deputado federal pela coligação Atuemos, foi morto em Quininde, na província de Esmeraldas em julho.
Em fevereiro, quando os equatorianos elegeram governantes regionais, entre os quais autarcas, foram registados 15 ataques contra candidatos e dois homicídios.