A Associação Médica Mundial reafirma o seu “firme compromisso” a favor do respeito pela vida humana, rejeitando desta forma a eutanásia e o suicídio assistido.
Dois dias depois do Bloco de Esquerda ter apresentado no Parlamento um projeto para a legalização da Eutanásia – tema que já está a gerar forte controvérsia – foi divulgada, nas últimas horas, uma tomada de posição sobre o tema, pela Associação Médica Mundial.
No comunicado, a que a Renascença teve acesso, a AMM deixa clara a sua “oposição firme à eutanásia e ao suicídio assistido”.
“Nenhum médico deve ser obrigado a participar na eutanásia ou num suicídio assistido, nem deve ser obrigado a fazer encaminhamentos neste sentido”, lê-se ainda na declaração.
A declaração faz ainda questão de sublinhar a diferença entre a eutanásia, “a administração deliberada de uma substância letal, ou uma intervenção no sentido de causar a morte a um doente” e a recusa por parte do doente de se submeter a tratamentos que possam prolongar a sua vida. Neste último caso, diz o comunicado, “o médico que respeita o direito básico do paciente de recusar tratamento médico não está a agir de forma pouco ética”, lê-se, “ainda que o respeito por essa vontade do paciente resulte na sua morte”.
A eutanásia e o suicídio assistido são permitidos em alguns países do mundo, mas na esmagadora maioria continuam a ser proibidos. Em Portugal o assunto foi discutido no Parlamento na passada legislatura e chumbado. O Bloco de Esquerda apresentou já um novo projeto de lei, que deve ser aprovada, tendo em conta o crescimento do Bloco de Esquerda, Partido Socialista e PAN na Assembleia da República e a diminuição de influência de CDS e PCP, os dois partidos que votaram em bloco contra a proposta.
Sabendo que a aprovação é quase certa, a Federação Portuguesa Pela Vida anunciou no sábado, durante a Caminhada Pela Vida, que vai proceder à recolha de assinaturas para que o tema seja levado a referendo.