Vinte meses depois de terem iniciado uma peregrinação por todas as dioceses de Portugal, os símbolos da Jornada Mundial de Juventude chegaram este sábado a Alcobaça, no Patriarcado de Lisboa.
A cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora, entregues pelo Papa João Paulo II à juventude de todo o mundo, foram recebidos pelos jovens de Lisboa e por dezenas de paroquianos, numa celebração em que D. Manuel Clemente pediu aos fiéis que as semanas que faltam até ao início da JMJ sejam “ocasião de acolher e acreditar”.
“Desde que acolhamos, desde que acreditemos, as coisas de Deus acontecem, essas mesmas que ansiamos no fundo do nosso coração”.
No fim da eucaristia, D. Manuel Clemente acompanhou os jovens em peregrinação pelas ruas de Alcobaça e transportou, durante alguns minutos, os símbolos da jornada. Visivelmente entusiasmado, afirmou que, com tantos jovens envolvidos no evento, há “uma aprendizagem que fica”. “Vai ser a geração 2023 e durante as próximas décadas isso vai-se notar.”
Questionado sobre as questões logísticas do evento, que nesta fase estão ainda pendentes, o Cardeal-Patriarca de Lisboa assumiu à Renascença que são “uma preocupação”, mas garantiu que está confiante que tudo vai correr bem. “Em Portugal acaba sempre por correr tudo bem”, referiu.
Um milhão de participantes
Na receção aos símbolos, esteve também D. Américo Aguiar. Sobre o plano de mobilidade do evento, que se prevê que seja apresentado até 14 de julho e que tem gerado preocupação entre autarcas e vários organismos do sector dos transportes, o presidente da Fundação JMJ garantiu que “todos os envolvidos querem fazer o melhor”.
Em relação ao plano de segurança, que deve ser divulgado a 15 de julho, D. Américo Aguiar disse estar “tranquilo”. “É o dossiê que mais me descansa, porque as forças de segurança e as forças armadas são de uma competência magnifica. Quanto a isso, não tenho dúvida nenhuma de que podemos estar descansados.”
À entrada do Mosteiro de Alcobaça, ainda antes do início da celebração, o bispo auxiliar de Lisboa disse à Renascença que prevê que a participação na JMJ Lisboa 2023 “vá rondar cerca de um milhão de jovens".
“Nestes dias ultrapassámos a barreira dos 300 mil inscritos e estou convencido que vamos ficar [entre os números das edições] de Cracóvia e Madrid, o que é excelente e magnifico para a dimensão do país, da Igreja e das circunstâncias que o mundo vive”, afirmou o Presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, que adiantou ainda que entre os que manifestaram vontade de vir a lisboa há jovens de todas as geografias.
“Se os peregrinos inscritos hoje conseguirem vir a Portugal temos jovens de todos os países do mundo, e até para além da lista oficial das Nações Unidas. Vamos agora ver se conseguem concretizar quer nas viagens, quer nos vistos, quer em algum problema que exista”.
Até dia 23 de julho, os símbolos da JMJ vão percorrer os 22 municípios do Patriarcado de Lisboa. "Os símbolos vão ser transportados de barco, elétrico, trator. Vão subir ao ponto mais alto da diocese - que é a Serra de Montejunto -, vâo ao ponto mais ocidental da Europa continental - o Cabo da Roca - e vão descer também o rio Tejo", aponta João Clemente, responsável do Comité Organizador Diocesano (COD) de Lisboa da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
"O objetivo desta peregrinação é ir onde as pessoas estão e, ao mesmo tempo, tocar naquilo que são os elementos da cultura da nossa diocese."