O líder do PSD exige maior fiscalização por parte do Governo, para garantir que apoios sociais, como o Rendimento Social de Inserção, são para quem precisa e não para quem não quer trabalhar.
Esta manhã, num périplo pelo Alto Minho, Rui Rio diz que essa tem sido uma queixa recorrente por parte dos pequenos empresários, sobretudo comerciantes, com quem tem falado, mas salvaguarda que não está em causa a existência de apoios sociais.
“Eu sou totalmente favorável aos apoios sociais, nós não estamos a viver nem no Século XIX nem na Idade Média, temos de apoiar as pessoas. Agora, os apoios sociais, seja o subsídio de desemprego, seja o rendimento mínimo garantido, não são criados para levar as pessoas a não trabalhar. São criados para apoiar quem verdadeiramente precisa.”
“Não é aceitável que o Governo relaxe em cima desta situação, porque aquilo que eu estou a ouvir, de certeza que os governantes, a começar pelo primeiro-ministro, já ouviram muitas vezes, que não há a devida fiscalização para se perceber que os apoios são dados a quem verdadeiramente precisa e não são utilizados pelas pessoas para estarem um período de tempo sem trabalhar, comodamente instalados. Não aceitam um emprego e depois quando perdem o apoio vão trabalhar para ganhar o apoio outra vez. Isto não é vida”, diz Rui Rio.
O líder do PSD falava ao final de sábado, em Caminha, num dia de campanha dedicado ao Alto Minho, onde aproveitou ainda para sublinhar que não vê problema em que os ministros do Governo façam campanha, mas que o primeiro-ministro está a abusar da sua posição política.
“Os ministros, particularmente ministros que sejam militantes do Partido Socialista, têm todo o direito – se calhar na ótica do PS têm o dever – de fazer campanha pelos seus candidatos. Agora, uma coisa é eu ser ministro e fazer campanha, outra é eu fazer campanha utilizando o cargo de ministro, ou utilizando o cargo de primeiro-ministro.”
“Eu não critico António Costa por, na qualidade de líder do PS, fazer campanha a defender os candidatos do PS, coisa diferente é ele utilizar o cargo de primeiro-ministro e, em cada canto e em cada esquina, dizer que vai fazer isto, que há milhões para aqui e para acolá, e não faz outra coisa que não seja, na qualidade de primeiro-ministro, prometer que vai fazer isto e aquilo no sentido de captar votos. Isso é que está errado", esclarece.
Comentando o caso da ministra Marta Temido, que terá usado o carro de serviço para participar numa ação de campanha, o líder do PSD mostra-se tolerante.
“Usarem os carros oficiais seria de evitar, como é evidente, embora possa haver circunstâncias limite em que, na qualidade de ministro vai a um local e depois dá um salto ao lado para a campanha. Temos de ser compreensivos e tolerantes. Agora, se assim não é, se é utilizar o carro apenas ao serviço do PS, isso obviamente que está mal.”
Coisa diferente é a atitude do Primeiro-ministro, a quem não poupa críticas. “Queria distinguir, sem fazer casos, sem exagerar, e separar bem isso. Muitas vezes não conseguem separar e quem tem sido mais claro nisso é o primeiro-ministro, cujo único discurso político que tem nesta campanha é, não na qualidade de líder do PS, mas na qualidade de primeiro-ministro, fazer promessas atrás de promessas. Já está mal quando, somando os milhões todos, já dá mais do que a própria bazuca tem”, lamenta.