O presidente da Câmara Municipal de Chaves, Nuno Vaz, diz ter saído com “grande preocupação”, após ter estado reunido, na segunda-feira, com a administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), onde se inclui o hospital de Chaves.
“A preocupação que trouxemos é muito grande porque ela pode traduzir-se numa indisponibilidade de um conjunto de respostas de saúde à população ao Alto Tãmega, ou seja, nas zonas de Chaves, Boticas, Montalegre, Valpaços, Ribeira de Pena e Vila Pouca de Aguiar. Mais de 80 mil pessoas estão na área de influência deste hospital”, afirma à Renascença.
O autarca teme que sejam afetados os serviços de urgência pediátrica, internamento e urgência de ortopedia, para além da urgência médico-cirúrgica.
“Estamos a falar de indisponibilidade temporária ou até integral, no mês de novembro relativamente a vários serviços”, aponta, referindo que “a unidade hospitalar vai provavelmente viver dias muito difíceis devido a um conjunto de circunstâncias várias”.
Nuno Vaz aponta como principais razões a contestação nacional dos médicos que recusam fazer mais do que as 150 horas extraordinárias previstas na lei. Por outro lado, refere: “a existência de algumas limitações de recursos que têm a ver com a idade média dos profissionais ser já muito avançada, o que em muitos casos impede ou condiciona que possam fazer urgências”.
O autarca frisa o caso particular da urgência pediátrica, com o atendimento a poder ter de realizar-se no hospital de Vila Real, a muitos quilómetros de distância.
“São milhares de crianças que terão de procurar outras respostas e que ficam a uma hora e meia, ou a 120 km’s de distância. Há aqui um sentimento de injustiça quanto a um tratamento desigual no território”, critica.
O presidente da autarquia flaviense adianta que esta terça-feira será solicitada, “com urgência”, uma reunião com o ministro da Saúde e o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde.