Pelo menos 27 pessoas morreram e 93 ficaram feridas num ataque a uma escola da ONU no norte da Cidade de Gaza, disse um médico do Hospital Al Awda à agência France Presse sob anonimato, atribuindo o bombardeamento a Israel.
A France-Presse não conseguiu confirmar a origem do ataque apontada pelo médico do hospital em Jabaliya, o maior campo de refugiados na Faixa de Gaza, e o Exército israelita ainda não se pronunciou.
A agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) afirma abrigar, em 156 escolas e outras infraestruturas, quase um milhão de pessoas deslocadas que fogem dos incessantes bombardeamentos israelitas desde o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas no sul de Israel, em 07 de outubro.
O alegado ataque antecede uma trégua nos combates entre Israel e o Hamas, que entrará em vigor na manhã de sexta-feira, e a libertação dos primeiros reféns à tarde, anunciou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majed Al-Ansari.
"A pausa humanitária terá início às 07h00 (05h00 hora de Lisboa) de sexta-feira e o primeiro grupo de reféns civis será libertado por volta das 16h00 (14h00 de Lisboa) do mesmo dia", afirmou Majed Al-Ansari.
De acordo com a diplomacia do Qatar, 13 mulheres e crianças detidas pelo movimento islamita Hamas em Gaza, todas da mesma família, serão libertadas, enquanto um número ainda desconhecido de prisioneiros palestinianos detidos por Israel será libertado ao mesmo tempo.
A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, e cerca de 5.000 feridos.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 48.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora naquele enclave palestiniano pobre cerca de 15.000 mortos, na maioria civis, e 33.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.