Mariana Vieira da Silva defende acordo para interligações energéticas
22-10-2022 - 19:50
 • Marta Pedreira Mixão com Agências

A ministra da Presidência assegura que o acordo que visa as interligações energéticas serve os interesses nacionais.

A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, reagiu às criticas feitas, este sábado, por Paulo Rangel relativamente ao acordo anunciado entre a Península Ibérica e França para o "Corredor de Energia Verde”,

"Temos um acordo elogiado pelos principais primeiros-ministros dos países europeus, que destacam a [sua] importância, não apenas para a Península Ibérica – e, portanto, também para Portugal –, mas para a segurança energética de toda a Europa e, o PSD, a única coisa que sabe dizer é que quando não há acordo acordo é mau e quando há acordo é mau, é sempre mau".

“Este acordo é importantíssimo para Portugal e para a União Europeia e, por isso, é um encontro de vontades entre Portugal, Espanha e os restantes países europeus”, acrescentou a governante, reiterando que se trata de " um acordo que ninguém esperava".

A ministra recordou ainda que se trata da segurança energética da União Europeia, afirmando que "é isto que se espera do país num momento difícil, é que, no espaço da União Europeia, se possa bater pelas melhores soluções".

Paulo Rangel considerou que o acordo sobre o gasoduto ibérico "prejudica o interesse nacional" e que é um mau acordo para o nosso país.

Rangel afirmou ainda que França e Espanha ficaram a ganhar e alertou para a perda de relevância do Porto de Sines, argumentando que Portugal perdeu na eletricidade e também no gás.

PS reafirma que acordo das interconexões ibéricas é uma “vitória” para o país

Partido Socialista reafirmou este sábado que o acordo para acelerar as interconexões na península Ibérica “é uma vitória” para o país e acusou o PSD de fazer política do “bota-abaixismo” e do “quanto pior melhor”.

“O acordo que foi alcançado para o corredor verde europeu é uma vitória para o nosso país. É positivo para Portugal. É positivo para Espanha e França. É positivo para o conjunto da União Europeia, no momento em que, mais do que nunca, temos de promover a nossa autonomia estratégica alargada também do ponto de vista energético”, afirmou o secretário-geral adjunto socialista, João Torres, em Belmonte, distrito de Castelo Branco.

João Torres reagia assim às declarações do vice-presidente do PSD Paulo Rangel, que hoje classificou o acordo como “mau”, fundamentando que Portugal perdeu na eletricidade e no gás, face a França e Espanha.

António Costa, Pedro Sánchez e Emmanuel Macron decidiram na quinta-feira avançar com um “Corredor de Energia Verde”, por mar, entre Barcelona e Marselha (BarMar) em detrimento de uma travessia pelos Pirenéus (MidCat).

O calendário, as fontes de financiamento e os custos relativos à execução do corredor verde BarMar serão debatidos num novo encontro a três em dezembro, em Alicante, Espanha.

Os dois primeiros-ministros ibéricos e o Presidente francês chegaram ainda acordo na necessidade de “concluir as futuras interligações de gás renovável entre Portugal e Espanha, nomeadamente a ligação de Celorico da Beira e Zamora (CelZa)”.

As infraestruturas que serão criadas para a distribuição de hidrogénio “deverão ser tecnicamente adaptadas para transportar outros gases renováveis, bem como uma proporção limitada de gás natural como fonte temporária e transitória de energia”.

António Costa considerou que o acordo permite “ultrapassar um bloqueio histórico” relativamente às interconexões ibéricas para gás e eletricidade.