O Sindicato Independente dos Médicos alerta que o Hospital da Guarda está a obrigar médicos em formação a serem responsáveis pelo circuito paralelo de Covid-19, daquela unidade de saúde.
"São médicos internos, em formação, que não têm capacidade, nem autonomia, para ficarem responsáveis por estas áreas", diz Jorge Roque da Cunha, presidente do SIM, à Renascença.
Esta situação "repete-se" no Hospital da Guarda e "não é possível ser reproduzida por muito mais tempo", porque senão "vai colocar-se em risco a saúde dos doentes", avisa o Sindicato.
"Não é possível fazer um SNS sem ter médicos. Têm demonstrado uma enorme resiliência. Muitos deles com mais de 50 anos e muitas horas extraordinárias em cima", critica Jorge Roque da Cunha.
Devido a falta de médicos, a urgência da Unidade Local de Saúde do Hospital da Guarda esteve parcialmente encerrada e só assegurou apoio a doentes críticos ou em risco de vida, entre as 00h00 e as 08h00 da manhã, desta quarta-feira.
O sindicalista critica a diretora clínica do Hospital da Guarda por se "recusar a encarar o problema".
"O nosso apelo junto do Conselho de Administração e junto do Governo é que encarem o problema. Esta situação está a generalizar-se pelo país e, se nada for feito, o Serviço Nacional de Saúde não vai sobreviver", apela.
A Renascença tentou obter uma resposta da Unidade Local de Saúde do Hospital da Guarda, mas tal não foi possível.