​Vários serviços de mais de 20 hospitais poderão entrar em rutura este mês. Porquê?
02-10-2023 - 07:24
 • Sérgio Costa

Falta de pessoal: um cenário gravado pelo facto de uma vasta maioria de médicos se recusar a trabalhar além das 150 horas extraordinárias obrigatórias.

As 150 horas já é o tempo de trabalho extra para enfrentar as dificuldades de falta de clínicos no SNS e para impedir o encerramento de serviços.

Porque é mais de 20 hospitais podem entrar em rutura em outubro? A Renascença explica.

Mas recusam porquê?

De acordo com a Ordem dos Médicos e um movimento criado para representar os clínicos nesta questão, “Médicos em luta”, as 150 horas já foram ultrapassadas na grande maioria dos casos. Razão pela qual se recusam a acrescentar mais tempo de trabalho.

Esse cenário não põe em causa o atendimento dos doentes?

Essa foi uma questão colocada pela Renascença ao Bastonário da Ordem dos Médicos. Carlos Cortes diz que o trabalho extra sobre o trabalho extra é que põe em risco o atendimento aos doentes uma vez que o cansaço dos clínicos pode ser um fator de perturbação e mau atendimento. O bastonário sublinha que esta recusa dos médicos é uma atitude em defesa dos doentes.

Quais são os hospitais com mais dificuldades?

A Ordem dos Médicos diz que, a partir deste mês, cerca de 25 hospitais ficarão em dificuldades. Contudo, em seis haverá já problemas evidentes: Caldas da Rainha, Tomar, Santarém, Barcelos, Guarda e Chaves.

Que tipo de serviços estarão já a registar problemas?

O cenário poderá ser mais complicado em serviços de urgência geral, urgência de pediatria, urgência de cirurgia, entre outros.

Há alguma solução à vista?

O Bastonário da Ordem dos Médicos já solicitou uma reunião urgente com o ministro da saúde, Manuel Pizarro, para debater problemas. O ministro, confrontado com este cenário, garantiu estar em diálogo com os profissionais mas já admitiu que, a partir deste mês, algumas urgências poderão ter problemas. Aparentemente, não há uma solução imediata.